Veterinária indica precauções para tutores de cães evitarem tragédias
Melissa Bueno afirma que medidas como usar coleiras, focinheiras e ter um animal bem treinado, que respeite as ordens do dono, podem ajudar
Crédito: Arquivo Pessoal - Theo era bastante conhecido por todos os vizinhos que ficaram comovidos e assustados com o ataque
Por Da Reportagem Local | 26 de maio, 2023

Casos de animais de pequeno porte atacados por outros de porte maior são corriqueiros. Porém, podem e devem ser evitados. Para que polêmicas e tragédias sejam evitadas, a médica veterinária Melissa Bueno instrui que os tutores de cães maiores tomem os cuidados necessários com os mesmos, seja usando os equipamentos adequados ou investindo em adestramentos, por exemplo.

“Nunca é culpa do cão, é culpa do tutor. Um animal que é de uma raça grande, tem uma força muscular muito grande e uma mordida muito forte, sempre que uma pessoa que tem um animal desse ela deve adestrar, fazer um adestramento de controle desse animal. Os cães que têm índole um pouco mais agressiva, o cuidado é passear com focinheira para não ter riscos e nunca, jamais, soltar esse animal. Ele deve ser locomovido com coleira do tipo enforcador e com cuidado extremo do tutor, em horários que não têm movimento na rua e que não tem há cães passeando”, pontua a veterinária.

Sobre a questão do adestramento, Melissa explica que se trata de um cuidado para que o animal não fique violento. Nesse sentido, deve-se também escolher um bom adestrador, visto que quando escolhido de forma errada, ele pode “estragar” o animal. “Se é um animal que já é forte, já é um cão de guarda, você tem que escolher a dedo esse adestrador para realmente você aprender a controlá-lo. Então nunca julgue o animal. O animal vem de um lar em que ele vai ser agressivo ou não de acordo como ele é tratado. É uma ressonância que vem do ambiente”, aponta Melissa.

Ela ainda chama atenção para que os donos de animais de pequeno porte não abram o portão e deixem os cachorros passearem livres e sem supervisão. “Acontece também de os tutores de animais pequenos, que são bonzinhos, abrirem o portão e deixarem o animal passear sozinho. Também é culpa do tutor, que está expondo diariamente o animal ao perigo, como atropelamento, envenenamento e maus-tratos, seja alguém atacar ou machucar. Então também é culpa do tutor.”

Caso de poodle morto por pitbull gerou debate

Recentemente, um caso envolvendo a funcionária pública Roseli de Oliveira Alves e seu cachorro da raça poodle, chamado Théo, de 9 anos, tomou conta das redes sociais. No dia 15 de maio, Roseli saiu para passear na calçada com seu bichinho, o que já era um hábito. Ela mora próximo ao Sesc e naquela noite, ao abrir o portão, tudo estava aparentemente calmo, até que Théo foi atacado por um cachorro da raça pitbull, sem chance para se defender, e acabou morrendo no local.

“A gente tomava o cuidado de olhar para ver se estava ou não o cachorro [pitbull] na rua, porque ele [o tutor] tinha o hábito de brincar com o cachorro na frente da casa dele, mas quando ele via que a gente abria o portão para sair, ele tinha esse cuidado de guardar o cachorro dele. Porém nesse dia eu abri o portão, olhei, estava tudo escuro, então [deduzi] que o cachorro não estava na rua quando eu já estava retornando, ouvi uma voz dizendo ‘entra, entra, meu Deus!’ Aquilo que eu vi era o cachorro. Ele estava passeando na praça do Sesc e o cachorro dele estava sem focinheira, sem coleira, sem proteção nenhuma. Foi muito rápido. O meu cachorro não deu tempo nem de gritar”, conta Roseli.

Theo era bastante conhecido pelos vizinhos, que ficaram comovidos e assustados com o ataque. Para ela, seu poodle foi vítima da irresponsabilidade do dono do cão que o atacou e que por diversas vezes ficava solto na rua, sem coleira ou focinheira e sem obedecer ao dono. Roseli afirma que seu cachorro não recebeu qualquer assistência. Ela também não teve nem mesmo um pedido de desculpas.

Depois de registrar boletim de ocorrência, Roseli quer que a Justiça tome as providências cabíveis. Ela diz que sua preocupação é justamente a negligência de tutores, como o da sua vizinhança, que deixam cães agressivos passearem livremente pelas ruas, colocando em risco a vida de outros animais, bem como crianças e idosos que moram no bairro. “O meu interesse agora, não é só meu, como de várias pessoas, inclusive da vizinhança, que estão com medo de transitar naquele quarteirão”, diz.

Vereadora se pronuncia após ataques

A vereadora e protetora dos animais Ivânia Soldatti pronunciou-se sobre este caso e outro envolvendo um cachorro da raça shih tzu, chamado Thedy, que também foi vítima de um pitbull no Cidade Jardim. “Lembro que os tutores devem seguir a lei federal 2.140, de 2011, que dispõe da obrigatoriedade do uso da focinheira e estabelece regras de segurança para a condução responsável de cães de grande porte ou de raças consideradas perigosas”, destacou. Ela ainda alertou que, em caso de ataque de cães, independente da raça, é preciso ligar imediatamente para a Polícia Militar pelo telefone 190.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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