O pastor Júlio Zanini (PSD) abriu a série de entrevistas da Vox FM, na quarta-feira, 9, com os novos vereadores eleitos para a Câmara de Catanduva. Empresário e responsável pela Associação Recomeçar, ele garantiu a vaga no Legislativo com 896 votos conquistados nas eleições municipais e será uma das novas caras da próxima legislatura, em janeiro de 2025.
O vereador eleito aproveitou a oportunidade para agradecer pelos votos recebidos e reconheceu que a política será uma nova experiência. “Mas estou cheio de vontade e de aprender ainda mais, de ser bem atuante e fazer com que a população de Catanduva consiga entender que a política é muito importante, que nós precisamos fazer política juntos”, afirmou.
Um dos destaques da sua trajetória é a atuação na área social. Como esse trabalho começou e o que a Associação Recomeçar oferece hoje?
Pastor Júlio: Falar sobre a Associação Recomeçar é falar sobre a história de um cara que teve a sua vida transformada e que decidiu fazer com que outras pessoas experimentassem disso também. Que quando a pessoa decide algo, ela pode chegar aonde ela quiser, desde que ela tenha foco, determinação, muita resiliência. A comunidade surgiu há 15 anos no papel, mas a gente já fazia um trabalho nas ruas e aí a gente foi documentando tudo, buscando certificações e hoje essa comunidade tem todas as certificações necessárias para atuar em todas as esferas e fazer um bom atendimento para a população. Mas foi um trabalho muito difícil no começo, muito desacreditado. Todo começo é difícil, as pessoas esperam resultado. As pessoas primeiro precisam ver para crer. Então a comunidade Recomeçar começou com muito suor, atendendo pessoas. É um público difícil, a dependência química hoje é um mal e precisa-se muito de políticas públicas eficazes para combater isso. Catanduva é rica em comunidade terapêutica. Precisa de alguém que represente, que lute por políticas públicas, que defenda esse povo. Hoje a instituição tem uma casa lar que acolhe adolescentes que estão sobre custódia do Judiciário e também tem uma república. Então, a Associação Recomeçar está bem estabelecida, construiu uma história e graças a Deus nós conseguimos deixar um legado nessa área aí. E eu fico muito feliz por isso que já são quase 20 anos trabalhando por esse grupo de pessoas.
O sr. é empreendedor e pastor evangélico. Como que surgiu o interesse pela política?
A minha vida é de um desafio. Eu gosto muito de desafio para me manter focado, de pé. Eu preciso de desafios. Então a minha história foi muito difícil, uma história onde eu sempre almejei chegar. Tem uma frase que um dia ouvi e flechou o meu coração, que ela diz o seguinte: “Se você quer aquilo que poucos tem, faça aquilo que poucos fazem”. Então, quando você pega um rapaz de 22 anos, a sua esposa com 17 anos, 18 anos, assumindo uma casa de recuperação e tem toda uma história por trás de tudo isso, é um desafio. Quando você vê uma pessoa hoje à frente de uma igreja, cuidando de pessoas de família, é um grande desafio. Empreender no Brasil é um grande desafio, né? A gente começa com várias dificuldades. Normalmente você começa sem dinheiro, na coragem, aquela vontade de vencer. Então é o que eu digo para você. Tudo isso envolve muita dedicação, muita resiliência, muito sonho. Você vai perder bastante para chegar lá. Você vai apanhar muito e quando você chegar lá, você chega cheio de cicatrizes pelo corpo, que é a conhecida maturidade. Como eu disse, eu gosto de desafios e agora na política eu quero fazer muita coisa boa para Catanduva. E o céu é o limite, meu amigo.
Quais bandeiras o senhor carrega e levará para a Câmara de Catanduva?
Se ouviu muito nesses últimos anos. Deus, Pátria, família e liberdade. Mas quando a gente pega isso na prática, a gente percebe que muita gente veio na onda, né? Muitos políticos vieram na onda, se elegeram nessa onda do Bolsonaro. Mas com o passar do tempo as coisas foram se revelando. Porque o tempo é uma ferramenta que revela as pessoas, como também o poder. Eu sempre defendi essa bandeira família. Eu e minha esposa começamos um relacionamento um pouco complicado. Ela muito nova, tinha perdido o pai e eu tive um problema muito sério com o uso e abuso de álcool há 23, 24 anos atrás. Então eu tive essa transformação. Eu louvo a Deus por isso. E nós não podíamos ter filhos. Perdemos filhos e nós adotamos duas meninas que eu tenho um prazer de dizer, que é uma missão. E depois também vieram duas filhas biológicas. Uma história de muita luta, muita garra. Eu estou casado há 19 anos, fiz agora em setembro com a única mulher que é a mulher da minha vida, a mulher que eu amo e por essa mulher que eu estou aqui. Porque uma mulher um dia decidiu abraçar esse cara. A outra bandeira é Deus acima de tudo. Eu tenho a minhas convicções, que são convicções cristãs com raiz judaica, e eu creio muito em tudo isso, porque eu acredito que a família e a igreja são a base da sociedade. Então essas são minhas bandeiras.
Pastor, o sr. afirmou durante a campanha que não faria promessas, mas que possui propósitos. Quais são eles?
O propósito de servir o povo. Porque na política todo mundo promete, promete cargo, promete que vai fazer. E, na verdade, depois as coisas mudam. Então, quando você tá lá, eu já comecei a perceber a demanda muito grande. Já está acontecendo muita coisa, você tem que estar com as pessoas. O propósito que Deus levantou o pastor é servir, servir o povo, ser um vereador atuante, ouvir o povo, ouvir as demandas. Tem muita coisa pra gente levar para o Executivo, pra gente articular, para conseguir fazer com que o povo seja atendido, que o povo tenha voz.
Nas suas redes sociais, já é possível ver alguns posicionamentos bem duros durante a campanha. O catanduvense pode esperar um vereador combativo na Câmara?
Um para mim: a família e a minha convicção de fé. Para mim não tem diálogo, não tem como eu negociar, tem coisas que são inegociáveis. Então a minha família é algo que não tem valor, é inegociável. A minha fé e a minha convicção de fé, que eu tenho liberdade para exercê-la, para crer e colocar em prática desde que eu tenha a convicção de não ter um discurso de ódio, de não oprimir, de não denegrir as pessoas, que nunca veio isso de mim, mas uma posição dura quando se trata disso, então isso é inegociável. Não tem como negociar, não tem como dialogar sobre esses assuntos. Então, para mim, já fique bem claro, é uma posição que eu vou chegar já declaradamente. Agora, do restante a gente vai articular, a gente vai conversar, dialogar, para que o povo de Catanduva receba aí tudo de bom para que a cidade avance, o povo sofra menos. Porque o povo sofre.
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