Com a chegada das estações mais frias e o aumento das queixas respiratórias, é comum que muitas pessoas recorram a medicamentos antigripais por conta própria. No entanto, o pneumologista Renato Eugênio Macchione faz um alerta importante: a automedicação pode mascarar sintomas graves e atrasar o diagnóstico de doenças respiratórias sérias.
“Muita gente acredita que um antigripal resolve qualquer sintoma de gripe ou resfriado, mas a verdade é que esses medicamentos atuam apenas nos sintomas e, muitas vezes, escondem sinais de infecções respiratórias mais graves, como pneumonias, sinusites ou até crises de asma”, explica Macchione.
Além disso, o uso indiscriminado de antigripais pode provocar efeitos colaterais, como aumento da pressão arterial, taquicardia, sonolência ou até reações alérgicas — principalmente em idosos e pacientes com outras doenças crônicas.
“Nem todo quadro gripal deve ser tratado da mesma forma. Por isso, o ideal é procurar avaliação médica para identificar a causa dos sintomas e fazer um tratamento seguro e eficaz. Automedicar-se é como apagar o alarme de incêndio sem procurar o fogo”, complementa.
Macchione reforça ainda que, em tempos de circulação de vírus respiratórios como influenza, VSR e até Covid-19, o cuidado deve ser redobrado. “A automedicação pode dar a falsa impressão de melhora, enquanto a doença progride silenciosamente. E isso é perigoso”, conclui.
O recado do pneumologista é claro: ao apresentar sintomas como febre, tosse persistente, dores no corpo ou falta de ar, procure orientação médica antes de tomar qualquer medicação por conta própria.
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