Unifipa discute o impacto da IA e os desafios para a formação jurídica
Em aula magna, professor José Eduardo Faria alerta sobre as implicações tecnológicas no ensino e a necessidade de adaptação
Fotos: Comunicação/FPA - José Eduardo Faria falou sobre o ritmo acelerado das transformações tecnológicas
Por Da Reportagem Local | 14 de agosto, 2024

Com o tema "Inteligência Artificial e seus reflexos na atuação jurídica", o renomado sociólogo, jurista e professor da USP, Dr. José Eduardo Campos de Oliveira Faria, conduziu, na terça-feira, 13, aula magna que deixou o público universitário em reflexão sobre o impacto das novas tecnologias no campo do Direito.

Reconhecido por sua vasta contribuição acadêmica, Faria abriu a apresentação discutindo o ritmo acelerado das transformações tecnológicas. A aula teve dois focos. "O primeiro é a velocidade das transformações tecnológicas. Na medida em que você tem a duração de uma descoberta tecnológica sendo velozmente rompida por outra, ocorre uma espécie de catarse de informações”, destacou.

Outro ponto central abordado foi o desafio de integrar a Inteligência Artificial (IA) ao ensino jurídico sem comprometer a formação dos alunos. O professor alertou para o risco de que o uso indiscriminado dessa ferramenta possa levar a distorções, como a redução do incentivo à leitura e ao aprofundamento do conhecimento.

“Em que medida nós vamos segurar o plágio, em que medida nós vamos segurar certos desincentivos para que os alunos não leiam grandes livros, em vez de ficar usando a inteligência artificial? Ou seja, ela tem certa ambiguidade; ela é um pouco perigosa porque pode inibir o aluno a ter a visão de um mundo mais cosmopolita, mais refinado e mais alargado”, ponderou.

O evento também foi oportunidade para discutir o momento de transição que as universidades brasileiras estão atravessando, especialmente no campo jurídico. “Diante dessa desenfreada mudança tecnológica, as instituições brasileiras de ensino estão vivendo uma transição. No campo do Direito, a começar pela OAB, por exemplo, que, entendendo essa mudança rápida no jeito de se comunicar, tem de encomendar pesquisas para determinadas instituições, como foi da Fundação Getúlio Vargas mais recentemente, para avaliar a situação do perfil do operador jurídico no Brasil”, afirmou Faria, destacando a necessidade de adaptação às novas realidades.

A aula magna foi organizada pelo coordenador do curso de Direito, professor doutor Luís Rossi, com apoio dos alunos do Centro Acadêmico XXI de Setembro.

Rossi ressaltou a importância do tema para a formação dos futuros juristas. “Este é um tema que está no centro das discussões atuais no Direito. A compreensão dos reflexos da Inteligência Artificial é fundamental para que nossos alunos estejam preparados para os desafios do futuro.”

Além de estudantes e professores do curso, o evento contou com a presença do vice-presidente da OAB Catanduva, André Luís Monteleone, do juiz diretor do Fórum e Titular da 1ª Vara Criminal de Catanduva, Dr. Antônio Carlos Pinheiro de Freitas, do ex-docente Marcelo Grimoni e do diretor da Cocam Cia. de Café Solúvel e Derivados, Marcos Marcelo Murari. 

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Da Reportagem Local
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