
O advogado Nassif Najem Neto, 39 anos, de Paraíso, participará do Itaú BBA Ironman 70.3 Brasília neste domingo, 13 de abril. A prova é considerada o principal evento de endurance do país e, justamente por isso, é encarada por ele como o palco ideal para amplificar sua mensagem de luta contra a esclerose múltipla, doença autoimune e incurável que se tornou sua bandeira.
“Fui diagnosticado em janeiro de 2024. Trata-se de uma doença inflamatória crônica rara. Eu fui perdendo a capacidade de enxergar a cada dia. Quando recebi o diagnóstico, fiquei com medo de ficar cego e nunca mais ver meu filho, o que foi um momento muito difícil para mim. Decidi que precisava divulgar minha condição para que mais pessoas soubessem”, explica o atleta.
A escolha pelo triatlo surgiu de uma conversa com um amigo, treinador da modalidade. Os treinos começaram em abril e o primeiro teste foi em setembro, em um Ironman em São Paulo. Ele diz que o objetivo foi atingido: “Meu vídeo no Instagram teve quase um milhão de visualizações, permitindo que muitas pessoas conhecessem um pouco mais sobre a doença.”
Até então, o advogado acreditava que passaria sua mensagem apenas a quem estivesse na prova, mas a repercussão e as mensagens recebidas pelas redes sociais lhe deram novo fôlego. “Uma família entrou em contato relatando que a filha deles estava com pré-diagnóstico de esclerose múltipla e que ver a minha chegada na prova aqueceu o coração deles. Por isso eu não parei.”
Incansável, Nassif quer ir mais longe. “Tenho duas provas programadas: em Brasília e São Paulo. Meu objetivo é levar a conscientização sobre a esclerose múltipla ao redor do mundo, fazendo uma prova em cada continente. Em novembro, pretendo competir fora do Brasil”, projeta o atleta, que treina cinco dias por semana para completar as provas dentro do limite de tempo.
A meta do atleta é fazer com que a informação chegue o mais longe possível. “Não quero que ninguém passe por tudo que eu passei. Graças a Deus a gente vive numa região boa, tem certas condições, tem um entendimento. Mas se fosse uma pessoa naquele cantinho do Brasil lá, com certeza essa pessoa teria ficado cega. Com informação, ela pode ter uma vida quase normal.”
Segundo Nassif, o diagnóstico de esclerose múltipla demora de 4 a 5 anos para ser concluído o que reforça a importância da informação. No Ironman 70.3 Brasília, ele terá de cumprir 1,9 km de natação, 90 km de ciclismo e 21,1 km de corrida – mas garante estar preparado para isso. Para o giro pelos continentes, ele está em busca de patrocinadores.
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