O 19º Encontro Nacional de Presbíteros acontece até o próximo dia 30 de abril, no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, em Aparecida. O evento é promovido pela Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, em parceria com a Comissão Nacional de Presbíteros.
Dentre os 450 presbíteros de várias regiões do país que estão presentes e vivenciando um tempo de estudo, reflexão, partilha, oração e fraternidade, três padres representam Catanduva. São eles o padre Fábio Pagotto Cordeiro, da paróquia São Domingos, Jonas Pimentel, da Sé Catedral Santuário Nossa Senhora Aparecida e Marcelo Eduardo Bonifácio, da paróquia São José.
Neste ano, o encontro tem como tema “Presbíteros, Testemunhas da Esperança”, e o lema “Alegres na Esperança, Perseverantes na Tribulação, Constantes na Oração”. Além da fraternidade do clero, o Encontro Nacional de Presbíteros prevê momentos de retiro espiritual, testemunhos, análises e palestras.
De acordo com o padre Jonas Pimentel, o evento ocorre a cada quatro anos e é uma ação da pastoral presbiteral em favor dos padres, para que estejam bem, física e emocionalmente, em sua caminhada.
“Tem tanto o momento formativo, quanto o momento de reflexão e um dia de retiro. Na verdade, a grande missão é a fraternidade presbiteral, reconhecer aquele chamado de comunhão, de convivência fraterna também é para os padres. Então esse encontro é organizado pela Pastoral Presbiteral, uma ação pastoral da igreja em favor dos padres para que eles possam estar bem física e emocionalmente para ter a sua missão realizada”, diz.
MOMENTO DELICADO
O encontro acontece em momento delicado para a comunidade religiosa como um todo. Casos de depressão, burnout e suicídio entre padres e pastores na última década tem preocupado a comunidade religiosa. O tema também tem levantado questionamentos sobre a necessidade de um trabalho de prevenção e acolhimento para esses líderes, apesar da dificuldade de abordagem sobre saúde mental no meio.
Em 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgou que a cada 100 mortes no mundo, uma era por suicídio. A organização não traz um recorte específico para líderes religiosos. Estudiosos do tema, no entanto, têm notado o aumento dos casos dentro dessa esfera. Em artigo publicado pelo Vatican News, no ano passado, o Padre Lício de Araújo Valle, que tem pesquisado sobre a temática, pontua que os principais fatores de risco para os padres são o estresse, a solidão e a cobrança excessiva. A pesquisa ainda mostra que entre agosto de 2016 e junho de 2023 40 padres morreram por suicídio no Brasil.
O sacerdote diz que o estresse ocupacional gerado pelo trabalho dos padres tem evoluído para a síndrome de burnout. No caso dos líderes religiosos, há uma série de desafios específicos que podem contribuir para o aumento do risco de suicídio, estes incluem o estresse do papel de liderança, expectativas elevadas da comunidade, conflitos interpessoais na igreja, solidão pastoral e o fardo emocional de lidar com as lutas e problemas das pessoas que lideram.
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