Tradicional, corre-corre se repete na última semana antes do Natal
Profissionais das áreas de confeitaria e beleza constatam o mesmo fenômeno em seus negócios: as pessoas fazem tudo em cima da hora
Foto: ARQUIVO PESSOAL - Eduardo Carlessi e Thiago Pinfildi já receberam pedido de sobremesa horas antes da Ceia de Natal
Por Guilherme Gandini | 24 de dezembro, 2022

Todo final de ano é a mesma coisa. A semana que antecede o Natal sempre tem correria, seja para fazer as “compras de fim de ano”, embelezar-se para as festas, revisar o carro para viajar ou encomendar aquele prato imperdível para a ceia. As pessoas costumam deixar tudo para a última hora e acabam lotando a agenda de prestadores de serviços de diversos setores.

O confeiteiro chef Eduardo Carlessi, junto ao seu ajudante e companheiro Thiago Pinfildi, diz vivenciar isso há 10 anos, o que até gera, segundo ele, situações engraçadas devido à “procura enlouquecida” por sobremesas. No caso deles, 20 dias antes da data festiva já não há como aceitar pedidos, dados os estudos e técnicas empregados na produção dos confeitos.

“Há 10 anos passamos por isso, tristes pelos nãos que falamos, pois é impossível atender a todos. Inúmeras pessoas, até clientes de longa data, nos procuram em cima da hora. Já tivemos casos de nos ligarem perto das 22 horas de 24 de dezembro perguntando se dava para fazermos algo para a ceia. Também já ofereceram pagamentos maiores, como se fosse um leilão”, conta.

Carlessi diz que, apesar de tudo, esses episódios fazem com que eles amem ainda mais a profissão. Ele confidencia, porém, que este ano aceitaram menos pedidos, pois planejam se desligar da atividade, colocando um ponto final na confeitaria criada por eles. “Vamos encerrar esse ciclo felizes”, completa Thiago, que já se dedica há 1 ano à moda feminina.

“No ramo de roupas, as mulheres também deixam para a última hora, roupas para festas que haverá naquela semana ou até mesmo no dia, conserto em roupas e tudo mais”, brinca ele, antecipando que, apesar da mudança de ramo, os finais de ano devem continuar corridos.

MOVIMENTO AUMENTA 30% EM BARBEARIA

A proximidade das festas de fim de ano e o aumento do número de formaturas e casamentos impacta a demanda da barbearia de Marcelo Neves. Este ano, a alta deve chegar a 30%, na comparação com o resto do ano. “É uma soma de muito trabalho e dedicação ao que fazemos, buscando entregar, mesmo com o aumento do fluxo, um trabalho de excelência”, ressalta ele.

O espaço de beleza da família existe há 40 anos, inicialmente com um salão unissex e, há 15 anos, com a divisão dos públicos feminino e masculino, junto à ascensão do mercado de barbearia. Hoje, 13 profissionais trabalham na unidade, sendo seis barbeiros e três cabeleireiros, além de maquiadores, designers de sobrancelha, limpeza de pele, manicure e pedicure e massoterapeuta.

Mesmo com a grande estrutura, Marcelo diz que é difícil atender a todos. “O pessoal muitas vezes deixa para cortar cabelo e barba na semana de Natal e também tem aqueles que querem diferenciar e inovar nas festas. Cortar cabelo está acima de ser apenas estética, eleva a autoestima”, pontua ele, indicando que o melhor momento do setor vai de novembro a janeiro.

“O mercado da beleza evolui muito, falo como gestor da barbearia que nos últimos anos esse setor teve um crescimento valoroso. Sofremos com a pandemia, e com paciência e fé superamos, pois, por muitas vezes não pudemos abrir as portas para atender nosso público. Porém, o retorno foi positivo, principalmente com a liberação das festas e o boom por serviços”, avalia o barbeiro.

VENDAS CRESCEM APÓS 13° SALÁRIO

Proprietária de uma loja de moda feminina desde 2016, Camila Paiva reforça o discurso de que as pessoas deixam para fazer compras na véspera do Natal, seja para si mesmas ou para presentear alguém. “Embora eu tenha clientes que fazem todo um planejamento e fazem as compras antes, mas a maioria, a gente percebe que a maioria corre na última hora”, diz.

Ela afirma que até o movimento na área central da cidade aumentou nos últimos dias e acredita que isso tenha relação com a segunda parcela do 13º salário. “Você percebe que as pessoas estão deixando para comprar ao ter um fôlego financeiro e muitas delas deixaram para fazer as comprar ontem e hoje, depois de terem quitado algum compromisso e tomarem a decisão.”

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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