Trabalhadores de indústria de suco de Catanduva ameaçam greve
Negociações com a Citrosuco para o reajuste dos salários seguem sem avanço e funcionários podem parar a qualquer momento
Crédito: Citrusbr - Data-base do setor de suco concentrado é 1º de maio e novo prazo termina no dia 17
Por Da Reportagem Local | 15 de julho, 2023

Trabalhadores do setor de suco de Catanduva e região estão em estado de greve permanente e podem paralisar as atividades a qualquer momento. O estado de greve é compreendido como uma situação aprovada pelos trabalhadores para alertar os patrões sobre a possibilidade de deflagração de greve. Assim, figura como um momento de reflexão, debate e mobilização em torno de um processo que pode vir a culminar em greve, um instrumento legal e legítimo diante de reivindicações.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Catanduva e Região (Sinal), Marcelo dos Santos Araújo, as negociações para o reajuste dos salários da empresa Citrosuco seguem sem avanço. "No setor de suco da nossa base, todas as empresas já fecharam acordo coletivo de trabalho local, infelizmente, tem a Citrosuco, que não faz acordo local, mas sim só a Convenção Coletiva Estadual, e eles não querem aplicar aumento real no salário dos trabalhadores", frisa, explicando que isso motivou o estado de greve. “Se não trouxerem proposta, a qualquer momento os trabalhadores podem parar e aderir à greve”, diz.

A data-base do setor de suco concentrado é 1º de maio e na quarta rodada de negociação, que aconteceu na última segunda-feira, 10, os patrões ofereceram reajuste de 4%, o que repõe apenas a inflação do período, sem aumento real. Em contrapartida, a bancada profissional reiterou a contraproposta para as cláusulas econômicas: reajuste de 6%, piso salarial com aumento de 10% e cesta básica reajustada em 20%. O prazo final para que nova proposta seja apresentada é 17 de julho.

Outros setores, como de frigorífico e carnes e derivados, seguem com as negociações paradas. Para se ter ideia, a última negociação estadual para os trabalhadores do segmento de frigoríficos foi em 2017. Na contramão das negociações de suco, nos segmentos de bebidas, rações, doces e conservas e usinas de açúcar, as negociações já foram finalizadas e com avanços.

De acordo com o Sinal, as correções levam em conta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o valor referente a maio é 3,83%. Os trabalhadores das indústrias de doces e conservas alimentícias tiveram aumento de 5,5%, os de rações e bebidas 4,83% e os das usinas de açúcar 4%. As negociações salariais do primeiro semestre beneficiaram 6 mil trabalhadores.

Segundo Araújo, as conquistas nos acordos salariais vão além das cláusulas econômicas. No campo social, entre inúmeras discussões, ficou aprovado o item que trata sobre a violência doméstica. “Nós garantimos o nosso acordo coletivo de trabalho que o homem ou a mulher que sofrer violência doméstica pode ficar até cinco dias afastado do seu trabalho, até mesmo para resolver sua situação.”

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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