Sinval Malheiros busca vereança para concretizar projetos na saúde
Médico foi vice-prefeito e deputado federal, compondo longa trajetória política; ele será um dos novos nomes da Câmara
Foto: Reprodução - Dr. Sinval Malheiros: ‘hoje a medicina de Catanduva passa pela UPA’
Por Guilherme Gandini | 17 de outubro, 2024

O médico Dr. Sinval Malheiros (MDB), ex-deputado federal e vereador eleito em Catanduva com 2.074 votos, o segundo mais votado na cidade nas eleições deste ano, esteve no V1 Notícias, da Vox FM, para falar sobre seus projetos para o Legislativo catanduvense. Ele será um dos novos nomes da Câmara de Catanduva a partir de janeiro de 2025 e terá a saúde como foco.

Além de deputado federal, o sr. também foi vice-prefeito em Catanduva, compondo uma longa trajetória política. Por que o senhor decidiu que agora era a hora de ser vereador?

Dr. Sinval Malheiros: Eu comecei como vice, na época do Afonso Macchione, foi um grande prefeito e fui indicado pelo Gerson Gabas na época. Eu nem pensava em política, apenas era médico e professor na faculdade em Catanduva e nada mais. E estava feliz assim. Aí a gente acabou aceitando o convite, pensando mais amplamente de fazer um trabalho mais coletivo, porque como médico, eu faço aquele trabalho mano a mano, individualista. Agora, como político, poderia ampliar esse trabalho. E aí eu aceitei o convite. Entrei como vice-prefeito, trabalhamos e, após isso, eu acabei gostando. Achei que podia fazer muita coisa mesmo e me candidatei a deputado federal. Resolvi agora ser vereador pois desejo realmente servir a comunidade catanduvense. É um cargo que eu acho importante, que está a serviço da comunidade, fiscalizando e ajudando no que for possível. Já me convidaram para ser candidato a prefeito, porém, não me animou porque eu sou muito ligado à medicina. Eu gosto demais do meu consultório, meus clientes, de operar. Então essas atividades me completam. Se eu pegar uma atividade política que eu fique ausente da medicina, não me sentiria bem, para ser sincero com todos vocês. Como vereador, que eu posso trabalhar toda manhã na vereança, às terças as reuniões (sessões) e, à tarde, eu continuo com meu consultório, as cirurgias que eu tanto faço com o maior prazer e carinho. E tenho amor, me realizo atrás disso. Meus pais já não estão mais vivos, mas onde estiverem, tenho certeza que estão contentes com a atitude de eu continuar como médico. Eles se esforçaram muito para eu me tornar médico.

O que pode ser melhorado na saúde de Catanduva? Quais as propostas que o senhor traz agora como vereador?

Nós queremos trabalhar muito na UPA, porque hoje a medicina de Catanduva passa pela UPA. Eu fiz um trabalho quando fui candidato a deputado, no qual quantas pessoas tinham convênio em Catanduva e eram 5%. O que quer dizer isso? Cada 100 pessoas, cinco são conveniadas e as outras 95 são SUS. Então, para melhorar a saúde de Catanduva, a gente tem que atuar no SUS mesmo, que é 95% das pessoas. Eu sei que a UPA se dedica, mas é pequena para grande parte da cidade. Além de Catanduva, são mais 18 cidades que usam a medicina aqui. Então, logicamente temos que ampliar muito os atendimentos. Mais rapidez, uma orientação melhor para a medicina preventiva, para vacinações, para atendimentos que possam converter para cirurgia. Quando eu fui deputado, tive uma atuação que considero, graças a Deus, muito boa. O nosso presidente republicano, Michel Temer, que era muito meu amigo, lançou os mutirões. Um dos motivos que nós começamos a fazer [os mutirões] nas cidades é o incentivo. Na época, pagava-se mais, vamos dizer assim. A gente começou a fazer mutirão em muitas cidades pequenas, que os prefeitos estavam pedindo. E esse projeto foi tão importante que o Temer um dia me convocou lá, me deu o título de homenagem presidencial pela idealização dos mutirões. Agora, se Deus quiser, eu espero junto com a Fundação Padre Albino, com o Mahatma Ghandi, que nós possamos fazer também esses mutirões aqui.

Então o senhor tem pretensão de implantar os mutirões em Catanduva...

Agora está na hora de implantar em Catanduva. A gente vai com a Secretaria da Saúde ver quantas pessoas estão inscritas para operar, operar vesícula, pedra na vesícula, miomas nas mulheres, fissuras, hemorroidas, aí a gente organiza para fazer mutirões. Ao chegar em um ano, as filas estarão mínimas ou até existentes. E aí entra numa rotina que é muito mais fácil para conduzir. Necessita da aceitação dos hospitais e realmente a gente vai batalhar, inclusive em Brasília, para que haja o projeto de pagar o dobro, porque pagando o dobro incentiva ao hospital e o profissional que vai fazer a cirurgia. É isso vai beneficiar o nosso paciente. A gente no início operava muito aos sábados e aos domingos, porque nesses dias, geralmente os hospitais estão só por urgência. Praticamente a gente termina essas filas que são terríveis e até desumanas.

Sua experiência como deputado federal rendeu ao senhor vários contatos. Isso vai ajuda-lo de alguma maneira a alavancar verbas para Catanduva?

Sem dúvida, essa é uma grande esperança que eu tenho. Eu vou procurar, inclusive quinta-feira já tem uma reunião com os assessores de Dilma, a senadora Mara Gabrilli, e nós vamos conversar da possibilidade de ela investir em Catanduva para ajudar a nossa cidade a fazer esses projetos. A Mara Gabrilli é uma grande senadora. Nós fomos deputados juntos na época e depois no outro mandato, eu voltei a ser candidato a deputado federal, não me elegi, e a Mara foi candidata ao Senado e se elegeu. É uma senadora muito eficiente e uma pessoa muito humana. Ela é paraplégica, anda de cadeira de rodas. Então ela sente muito bem o que é valorizar a saúde. E eu tenho certeza que ela vai colaborar. Já tive com os assessores dela. Tudo isso que eu falei são coisas que precisam de verbas, a gente fala, mas tem que ter verbas para isso, tem que ter dinheiro para pagar os médicos, os hospitais, todo o custo. Então para isso precisamos de apoio. Precisamos de apoio de senadores, deputados federais, deputados estaduais, governador, temos que fazer com que todos se mobilizem e lembrem que existe Catanduva, Catanduva precisa.

O senhor falou também sobre a importância de investir em programas educacionais. Tem projetos nessa área?

Eu acho que a educação é fundamental. Não tem jeito de se desenvolver se não tiver a orientação escolar. Eu vou defender muito a criação e desenvolvimento, a ampliação que já existe em Catanduva, de escolas de profissionalização, porque eu me lembro, na em que fui deputado, tinha uma empresa que estava pensando em gerar empregos para Catanduva, com a fábrica de motores da Toyota. E eles ficaram animados em vir para Catanduva a convite meu. E eles vieram aqui, fizeram estudo da cidade e viram que não ia ter profissionais para trabalhar, ia faltar mão de obra. O gerente da Toyota me ligou dando explicação por que ele tinha tomado essa atitude. Eles não podem falhar os serviços, tem que ser rápido, não pode ter prejuízo. Então eles foram para outra cidade para isso. Então eu creio que a profissionalização está ligada à geração de empregos e aí sim, nós vamos poder trabalhar e trazer para Catanduva firmas grandes que gerem muito emprego. Eu acho que os pilares para se viver bem, qualquer ser humano, tem que ter primeiro saúde. Se não tem saúde, não tem nada, não consegue nem trabalhar. Primeiro saúde e segundo educação, porque tem que estudar.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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