O dia 8 de setembro marca o aniversário de fundação do Sindicato da Saúde de Catanduva. A ideia partiu de um grupo de funcionários dos hospitais que, em 1989, cobravam soluções para os problemas enfrentados pelos trabalhadores do segmento na cidade. De lá pra cá, muitas negociações, greves, passeatas e enfrentamentos foram necessários para reivindicar direitos.
O atual presidente José Vendramini lembra, nessa trajetória, da saudosa Irene Luísa de Almeida e que as dificuldades eram grandes. “O sindicato foi fundado devido aos atrasos de salários e falta de acordos com as empresas, já que não tínhamos representantes. Era praticamente a fundação do SUS”, pontua, citando que faltavam materiais e condições adequadas de trabalho.
“O sindicato sempre participou ativamente, não só na luta pelos trabalhadores profissionais de enfermagem, como também em manifestações, passeatas com os demais sindicatos da nossa cidade em lutas nacionais e também locais”, relembra Vendramini, citando ação feita dentro do rio São Domingos para reivindicar das autoridades, na época, a despoluição do ribeirão.
Outra conquista, segundo ele, foi a construção do conjunto habitacional Manoel Vilarinho, com 51 moradias para trabalhadores da saúde. “Estou no sindicato há aproximadamente 30 anos, sempre tentando cumprir o meu papel, nunca omisso na causa dos trabalhadores”, frisa.
Ele cita, ainda, que o sindicato superou a reforma feita pelo ex-presidente Michel Temer, “que desmantelou os sindicatos, as centrais sindicais e retirou muitos direitos da reforma trabalhista”. E completa: “Os trabalhadores perderam muito com a reforma da previdência, mas hoje estamos aí reconquistando o espaço que perdemos nessa guerra por um governo ultrapassado.”
Vendramini também faz menção à atuação sindical diante do não pagamento de rescisões trabalhistas a cerca de 180 funcionários pela Iapemesp, organização de saúde que geriu a UPA na gestão de Geraldo Vinholi. “Ficaram sem receber o pagamento às vésperas do Natal. O sindicato conseguiu alvará na Justiça para que o trabalhador sacasse o FGTS”, lembra.
O caso foi encerrado mais recentemente com o pagamento de cerca de R$ 2 milhões àqueles trabalhadores e, de forma semelhante, mas ainda semelhante, o sindicato moveu ação para possibilitar o pagamento aos trabalhadores da Pro-Saúde, que também deixou pendências na rede pública. A luta atual, diz Vendramini, é pelo pagamento do piso nacional da enfermagem.
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