“Este jornal será uma Sentinela da Liberdade porque o seu objetivo também é esclarecer àqueles que por má fé ou ignorância teimam em impedir o progresso do país. Estará sempre, como Cipriano Barata, ao lado do povo, ricos e pobres, brancos ou negros, elementos de todas as seitas religiosas, de mãos dadas, solidários e confiantes num porvir risonho e grandioso.”
Assinado por Milton Augusto Januário, em nome do Departamento de História da Faculdade de Filosofia de Catanduva, o texto “Uma Homenagem a Cipriano” é um dos destaques da capa da primeira edição do Jornal O Regional, em 7 de outubro de 1971.
Cipriano José Barata de Almeida nasceu na Bahia, em 1764, diplomou-se em Medicina pela Universidade de Coimbra e dedicou-se à profissão em sua cidade-natal, sendo, ao mesmo tempo, lavrador de cana. Foi eleito deputado pela Bahia e, em Lisboa, onde a assembleia legislativa se reunia, foi um dos mais ardentes defensores dos interesses brasileiros.
Com a separação de Brasil e Portugal, em 1822, fixou-se em Pernambuco e começou sua carreira de jornalista. Colaborou na Gazeta de Pernambuco e logo fundou o jornal próprio com o sugestivo título “Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco”. Barata faleceu em 1838.
Outra abordagem da edição inicial de O Regional trata sobre a missão integradora do novo periódico: “Entregar para Integrar” expõe os desafios enfrentados para distribuir o jornal nas primeiras horas da manhã, junto com o leiteiro, antes ou ao mesmo tempo dos jornais da capital e dos noticiários matutinos das rádios, para 12 cidades da região naquele início dos anos 1970.
Na conversa entre Lecy Pinotti, Álvaro Costa, Milton de Carvalho, Teixeira, Gilberto e outros repórteres, cogitou-se uma perua, depois cinco peruas, até a decisão pelos serviços da Viação Luwasa, nascida há quatro anos. Com o máximo de zelo, uma comitiva de jornalistas foi até a empresa para se certificar que o jornal não chegaria sujo e empoeirado aos leitores.
OS ESCOLHIDOS
Dirigido por Warley Agudo Romão, O Regional estreou com Clóvis Moura como redator-chefe, Milton de Carvalho como chefe de reportagem, Luiz Carlos Teixeira e Gilberto Grosso nas reportagens, Lourdinha Fávero como “cronista social”, Claudiomar Couto o colunista social da juventude. Tinha, ainda, o humorista João Elias. Na publicidade, Lecy Pinotti e Álvaro Costa.
A “Tribuna Esportiva” ficou sob a batuta de Pedro Gomes, que enalteceu o surgimento do novo periódico em sua coluna de estreia. “A partir de hoje contamos com mais um jornal. O Regional que também será para o esporte, seja ele profissional ou amador, uma trincheira na luta por dias milhares”. A cobertura esportiva ainda trazia Arlindo Eufrásio, o Branca, e Sérgio Mesquita.
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