Mais de 100 escorpiões estão dentro das garrafas exibidas pelo eletricista Vinicius Tofanelli, morador do Parque Glória VI. Mas ele apreendeu e matou tantos, que até perdeu a conta. Sem qualquer respaldo do poder público e preocupado com a segurança da família, sobretudo das duas filhas, ele se transformou em um verdadeiro caçador dos animais peçonhentos.
Tofanelli já comprou pinça, luz ultravioleta, pesticida e outros apetrechos para o combate. Em sua casa, ralos e portas são lacrados para evitar a entrada, mas mesmo assim muitos foram encontrados no imóvel. A causa, segundo ele, é a área verde localizada ao final da rua Garibaldi, que chega até os fundos de sua residência, na rua Viamão. O espaço é do poder público.
“Esse problema já persiste há mais de 10 anos. Eles limpam o terreno esporadicamente, com muito custo. Inclusive na última vez que limpou o chefe do pátio de serviços da prefeitura falou para mim que ele nem sabia dessa localização, então dá para ver o despreparo”, critica.
No aplicativo da ouvidoria da prefeitura, o munícipe diz que fez inúmeros registros. Em duas ocasiões, a Vigilância Sanitária levou garrafas cheias de escorpiões recolhidos por ele, que surgem a partir do lixo, entulho e poda de árvore e outros materiais descartados irregularmente no local. “As pessoas não têm consciência nenhuma, até já coloquei câmera, mas não adiantou.”
Ele reclama da falta de controle e ações efetivas dos agentes de saúde. “Eles não fazem nada, apenas falam o que é preciso fazer, mas já fiz tudo. Está tudo lacrado na minha casa, mas o problema não é o esgoto, é o terreno. Então saio no meio da noite com a lanterna roxa caçando escorpião, vou pegando, matando e colocando na garrafa para provar. Sou uma força solitária.”
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