Secretário de Saúde relata falta de veneno e ‘descarta’ centro de hidratação
Na sessão da Câmara, Rodrigo das Neves Cano reconheceu demora no atendimento da UPA
Foto: CÂMARA DE CATANDUVA - Secretário de Saúde reconheceu que disse que número de médicos não é suficiente
Por Guilherme Gandini | 06 de maio, 2022
 

O secretário de Saúde de Catanduva, Rodrigo das Neves Cano, participou da sessão da Câmara esta semana e informou que falta veneno para o combate à dengue em plena epidemia. O convite foi feito pelo presidente da Casa, vereador Gleison Begalli (PDT), que questionou quais medidas efetivas estão sendo tomadas e criticou a demora no atendimento, sobretudo na UPA.  

“A EMCAa continua fazendo arrastões e bloqueios, partindo das notificações que são feitas. Nesse período, fica impossível trabalhar em todos os locais de forma simultânea, então é dada prioridade para pontos com maior número de casos”, relatou.  

Ele garantiu que os funcionários estão trabalhando aos sábados, das 8h às 17h, e que foi feita solicitação recente para utilização do popular fumacê. Como entrave, disse que foi obtida pequena quantidade de veneno em São José do Rio Preto, mas que logo chegará mais.  

“Essa aplicação é efetiva somente para mosquitos adultos, alados e que estiverem no ambiente em que o ambiente consiga atingir. Ele não mata o ovo, não mata larva. Se deixar portas e janelas fechadas, não entra. Demoramos um pouco devido à ‘baixa eficácia’ que o veneno tem, mas entendemos hoje que é uma maneira complementar de atacar os mosquitos”, confidenciou.  

Com relação ao quadro de agentes, afirmou que há 55 na ativa. “É um quadro baixo, poderia ser aumentado, mas isso depende de criação de cargos, uma efetiva contratação. Está dentro dos nossos projetos, mas não conseguimos fazer isso para esse momento agora”, ponderou, anunciando, na sequência, que o projeto Cidade Limpa está previsto para este mês.  

SOBRECARGA  

Begalli afirmou que, diante de denúncias e reclamações, é visível a sobrecarga no sistema de saúde, sobretudo na UPA, e questionou o gestor sobre a eventual abertura de um centro de hidratação ou ponto de atendimento emergencial. A ideia foi, de imediato, rechaçada.  

“Temos cerca de 11 a 14% dos atendimentos de suspeita de dengue, isso dá total diário de cerca de 60 pacientes. Montar uma estrutura envolve-se um gasto exorbitante. Seria irresponsável da nossa parte dispender de um dinheiro que não existe para criar um centro para atender um número pequeno de pessoas, entre aspas, comparado com o restante do atendimento”, disse.  

No caso da UPA, disse que a unidade mantém média de 330 a 350 atendimetnos diários, mas chegou próximo de 400 no dia 2 de maio. São nove médicos em atuação, com consultas que giram entre 6 e 8 minutos; no caso da pediatria, 15 minutos.  

“Aumentamos três médicos, em função da epidemia de dengue, e direcionamos um médico da atenção básica. Não é o suficiente, a gente ainda está tendo longo tempo de permanência, só que os estudos mostram que 3 a 5% das pessoas acabam aguardando mais de 5 horas”, alegou. 

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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