Secretário de Desenvolvimento nega fim da Univesp e fala em intensificar parceria
Falta de orientador de polo fez com que Catanduva fosse excluída do vestibular deste ano
Foto: ARQUIVO / O REGIONAL - Prefeitura investiu R$ 200 mil para instalar laboratório de informática
Por Guilherme Gandini | 01 de abril, 2022
 

A exclusão de Catanduva do vestibular da Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo, noticiada pelo Jornal O Regional na semana passada, causou temor aos alunos da institução de ensino, diante de eventual risco de fechamento do polo local. O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, José Rodrigo Sanches, entretanto, descartou essa possibilidade. 

“O convênio da Prefeitura de Catanduva com a Univesp continua. Não há rompimento de parceria. Ele permanece normalmente e, inclusive, coloquei-me à disposição do presidente da Univesp para intensificar as ações da universidade em Catanduva”, afirmou Sanches. 

De acordo com o secretário, a falta de um orientador de polo na unidade foi o único motivo para que a cidade ficasse sem vagas no vestibular de 2022. 

O problema surgiu depois do desligamento da ex-diretora do Imes/Fafica, Maria Lúcia Miranda Chiliga, que acumulava a função na Univesp. Como era período de pandemia, a própria Univesp, segundo Sanches, teria reconsiderado a necessidade do profissional, já que todas as atividades estavam sendo feitas on-line. Com a retomada, porém, a exigência voltou à tona. 

Sanches assegura que não sabia que a falta momentânea do profissional faria com que a cidade fosse penalizada com a exclusão no novo processo seletivo. O fato, diz, decorreu de problemas de comunicação entre as duas partes. Um ruído, nas palavras dele. “Desconhecíamos qualquer notificação neste sentido, de que se não houvesse orientador, não haveria vestibular.” 

Ele explica que, quando tomou pé da situação, agiu de forma imediata, propondo a realocação de um servidor de sua equipe ou a contratação de outra pessoa para ocupar a vaga. Um estagiário deve ser destacado para assumir a função e passará por capacitação junto à Univesp. 

Esta semana, o gestor conversou diretamente com o presidente da Univesp, Rodolfo Azevedo, após contato com um interlocutor do Governo de São Paulo. “Fizemos um alinhamento muito fino. Ele agradeceu nosso empenho para a continuidade da Univesp em Catanduva”, relatou. 

CONVÊNIO 

Ao Jornal O Regional, a Univesp confirmou o impasse e esclareceu que, após vistoria, a Coordenação de Polos detectou a falta temporária do orientador na unidade, o que motivou a não oferta de vagas no Vestibular 2022.  “O profissional auxilia nas rotinas acadêmicas, entre elas, na recepção dos alunos, efetivação da matrícula, guarda e envio dos documentos, orientação quanto à plataforma virtual, aplicação de provas e zeladoria do Polo”, frisou.  

DESCASO 

Alunos ouvidos pelo Jornal O Regional denunciaram a situação de descaso, por estarem sem orientador de polo e monitor. Alguns tiveram até dificuldade para concluir as aulas no semestre passado. No Imes/Fafica, eles afirmam que ninguém dá qualquer orientação sobre o tema. 

Nas redes sociais, alunos compartilham mensagem com pedido de ajuda. Até mesmo o governador João Doria (PSDB) foi alvo das reclamações.

“Por favor, governador, nos ajude. Desde aproximadamente 2020, o contrato com o Professor Tutor venceu e não foi renovado e não colocaram nenhum outro no lugar. Ano passado a Diretora se aposentou e ficamos sem auxílio nenhum. Agora o contrato com a Prefeitura Municipal de Catanduva está em análise, contrato que a princípio foi feito até 2023. Estamos sozinhos. Nos ajude”, dizia o texto. 

A UNIVESP 

Quarta maior instituição de ensino superior paulista, a Univesp reúne docentes da USP, Unesp e Unicamp em aulas a distância e com encontros presenciais periódicos. Os polos estão espalhados por 347 municípios, num total de 31.125 vagas. 

Para viabilizar a Univesp, a Prefeitura investiu R$ 200 mil, em 2017, na aquisição de 50 computadores, monitores, switch e equipamentos de infraestrutura elétrica e rede. O laboratório foi montado no campus do Imes/Fafica para, conforme divulgação feita à época, também ser utilizado por alunos da autarquia e outras instituições públicas de ensino. 

O primeiro vestibular, em 2018, teve vagas para Pedagogia, Engenharia de Produção, Tecnologia em Gestão Pública e Engenharia de Computação. Com novo formato, o polo ofereceu no ano passado 48 vagas para os eixos de Licenciatura (Letras, Matemática e Pedagogia) e Computação (Tecnologia da Informação, Ciências de Dados e Engenharia da Computação).

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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