O Brasil é conhecido internacionalmente pelo samba, estilo musical e de dança típico do país. Em Catanduva, são vários representantes do gênero, sendo um dos destaques o Grupo Essência, que, ainda com outro nome, surgiu 39 anos atrás, quando três irmãos que compartilhavam do amor pela música se uniram e criaram o Paralelos do Samba.
Os integrantes iniciais eram os irmãos Fernando, conhecido como Nany, Sérgio e Sílvio, chamado de Nick, além dos amigos da família Marcelo, Marcão, Tito e Arnaldo. Desde então, diversos músicos passaram pelo Essência, que foi responsável por ter a primeira mulher em um grupo de samba em Catanduva e região. Isto porque os irmãos integraram ao grupo a irmã Sandra, proporcionando também uma voz feminina ao samba. Foi nesta época também que o grupo passou a ter o nome que carrega até os dias atuais.
Incentivado pelo pai e a mãe, que até hoje com 90 e 84 anos de idade, respectivamente, acompanham os filhos nas apresentações, o grupo alcançou sucesso em Catanduva e também na região – com sequências de shows em várias cidades e abrindo eventos com artistas conhecidos do meio do samba.
Segundo Fernanda Zampieri Theodoro Castelane, filha de um dos integrantes e responsável pela agenda e áreas financeira e jurídica do grupo, hoje o Essência é familiar, com repertório focado no samba raiz. “Antigamente eles queriam viver da música, eram jovens, tocaram muito na região, fizeram carnavais, tocando e abrindo grandes shows importantes. Mas hoje o foco é outro. Eles preferem tocar em eventos particulares, residenciais e em clubes, não mais em apresentações de grande público”, explica.
Para ela, o samba é sinônimo de família. Seu avô, Alcides Theodoro, apesar da idade avançada, ainda pega o pandeiro e toca junto de seus filhos. Genros e primos também se unem aos integrantes. “Sempre foi assim, samba em família. Tudo começou em família e seguimos essa característica até hoje no Essência”, diz.
Muitos integrantes de outros grupos de samba da cidade passaram por aquele que é considerado pioneiro, e que se tornou praticamente uma escola do gênero. O papel principal era o de dar espaço e oportunidade, mostrando e ensinando o que faziam de melhor: a música e o samba.
Atualmente, embora a geração atual tenha mais apreço pelo sambanejo e o sambafunk, ainda existe um público que gosta e pede pelo jeito antigo de tocar. “Acredito que o auge no momento [em Catanduva e região] é o sertanejo, mas o samba nunca será esquecido, onde houver o samba tem público que gosta e curte. A gente observa nos shows que quando puxam músicas do Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Revelação e Diogo Nogueira não tem um que fique parado, todos entram no clima, cantando e dançando”, afirma Fernanda.
Ela ainda diz que o samba faz parte da cultura brasileira, sendo patrimônio cultural e imaterial do país. “Nosso samba de roda, o que gostamos de fazer, possibilita que as pessoas participem conosco, cantem junto, toquem instrumentos, escolham músicas para revivermos juntos.O samba para o brasileiro é movimento, alegria, união, respeito e, o mais importante, é cultura”, completa.
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