Roberto Cacciari lamenta alta do IPTU sem devolutiva à população
Foto: O Regional - Cacciari defendeu que as correções necessárias na PGV sejam feitas
Empresário afirmou que aumento vai afugentar empresários e dificultar vida das pessoas
Por Guilherme Gandini | 25 de setembro, 2025

O empresário Roberto Cacciari foi o terceiro entrevistado da série conduzida pela Vox FM e Vida FM e falou, ao vivo, sobre o projeto de lei que poderá aumentar o IPTU de Catanduva em 54%, em média, chegando a 500% em algumas localidades. Durante o bate-papo, ontem pela manhã, ele afirmou que a cidade não é atraente para novos empresários – e que a situação vai piorar.

“Quando se fala em aumento de impostos o brasileiro se vê mais desesperado do que já está. A carga tributária que nós temos e a devolutiva por parte do poder público é tão mínima, é vergonhosa, que toda vez que vamos pagar um imposto, nós nos sentimos ludibriados. Estamos dando dinheiro para uma máquina que gasta mal e devolve muito pouco à população”, pontuou.

Entre os possíveis impactos da alta do IPTU, Cacciari mencionou o desinteresse de possíveis investidores. E lamentou: “O empresário passa aqui na Washington Luís e vai parar em Rio Preto. Hoje ele vai para Olímpia, vai para Barretos. E infelizmente nós não temos visto, por parte dos empresários, que outros colegas queiram vir para cá. E nós precisamos de empregos.”

Cacciari ainda confidenciou que o enfoque do trabalho social desenvolvido por ele no Jardim Alpino, por meio do Núcleo Educacional Joana de Angelis, já foi direcionado totalmente à educação, mas que hoje a fome retornou – exigindo preocupação com a questão assistencial.

Sobre o IPTU, o empresário defendeu que as correções necessárias na Planta Genérica de Valores (PGV) sejam feitas, citando inclusive uma situação pessoal para exemplificar: dois terrenos de sua propriedade situados em frente ao Residencial Lluminar têm IPTU bastante baixo, por ter como referência o Pedro Monteleone, ao passo que internamente o imposto é elevado.

“Tem que equacionar isso. Não posso eu pagar uma miséria e lá dentro se pagar tanto. Iguais a esse existem outros tantos casos. A prefeitura não está errada. A mesma coisa deve acontecer em todos os outros bairros. Existe essa situação que precisa ser corrigida”, analisou.

Por outro lado, ele defendeu amplo debate sobre o tema. “Ela (a Prefeitura) está pressionada pelo tribunal (de Contas) que exige uma postura, uma modificação. Então fazer um debate o mais amplo possível. Ouvir as pessoas. Qual vai ser o impacto? Colocar vários segmentos da sociedade para trazer dentro desse programa de debate. Nada goela abaixo. Colocar as necessidades da prefeitura e ir ao encontro das necessidades da população.”

CANDIDATURA

Durante a entrevista, Cacciari se recordou de sua filiação ao MDB, em 2011, após convite do então vice-presidente da República, Michel Temer. A intenção é que ele se lançasse como sucessor de Afonso Macchione Neto, de quem foi vice-prefeito durante a segunda gestão.

“Ninguém estava pensando na situação política. A possibilidade de ganhar a eleição era muito grande, por qualquer partido que a gente saísse a gente poderia ter êxito. Quando o vice-presidente convida, você pensa automaticamente em verba para Catanduva”, refletiu.

O problema é que, depois, como o MDB era vinculado ao PT, Cacciari acabou ficando sem legenda – e seu partido compôs a coligação que lançou Beth Sahão (PT). “Como Catanduva perdeu. Foi péssimo, porque você pega as administrações a partir daí, foram complicadas.”

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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