A Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Catanduva (AFCRC) intermediou reunião, na sexta-feira, 20, entre a diretoria executiva do Grupo Virgolino de Oliveira (GVO) e fornecedores de cana-de-açúcar. A pedido da atual presidente da GVO, Carmem Aparecida Ruete de Oliveira, o encontro foi marcado para anunciar a preparação de um plano para que a unidade industrial de Catanduva possa retomar a moagem de cana, a partir do próximo ano.
O objetivo foi apresentar aos fornecedores o novo momento que o grupo vive e dar início a possíveis tratativas de parcerias.
“Estamos estudando um novo modelo. O primeiro passo é conversar com fornecedores, com parceiros para verificar a viabilidade de moagem. Pretendemos com isso, mostrar que a gestão mudou, a visão de negócios mudou. Seguiremos num novo ciclo, mas antes precisamos entender se teremos estas parcerias e o interesse do fornecedor”, afirmou Marcos Roberto dos Santos, diretor executivo da GVO.
O grupo segue com o propósito de priorizar a produção de açúcar – de olho no mercado aquecido. “Estamos em um momento favorável para retomar a produção. O preço está bom e estamos acertando todo o nosso passado”, complementou.
Em dois anos de inatividade, a expectativa do GVO é, se conseguir formatar um modelo de parceria e negócios, iniciar a operação a partir de março de 2024. “A unidade Catanduva está há dois anos parada. É preciso fazer inspeção nas caldeiras e outros detalhes”.
A ideia inicial, segundo o diretor, é iniciar com moagem estimada de 2 milhões de toneladas em 2024. “Seria cerca de 50% da capacidade total da unidade industrial. Mas não queremos trabalhar com 100% em operação neste primeiro momento. Queremos um modelo seguro para a indústria e para os fornecedores”.
Nos próximos dias, o grupo pretende concluir o estudo do modelo de atuação e que deve contar com o fornecimento de cana e investimentos externos na operação. Depois da definição, iniciar os processos de contratação de funcionários.
Nadia Gomieri, presidente da AFCRC, celebrou a possibilidade de retomada das atividades da antiga Usina Catanduva. “A reativação de uma unidade industrial é sempre bem-vinda. Ela não apenas favorece ao mercado e a possibilidade de negócios dos fornecedores. Sabemos a importância da Usina Catanduva não só para a nossa cidade, mas toda a região, gerando emprego, alavancando o setor sucroenergético e o comércio”.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Os representantes da GVO também traçaram breve linha do tempo do plano de Recuperação Judicial (PRJ) que se estende desde que foi aprovado, em 2021. No plano, as unidades industriais de Monções, José Bonifácio e Itapira serão vendidas, assim como as propriedades rurais, quitando, portanto, três das quatro classes dentro da RJ. Restaria apenas a chamada UPI – Unidade Produtiva Isolada de Catanduva.
“A unidade está como garantia com relação ao fisco federal. Em nossa negociação com o governo federal, conseguimos com os descontos de prejuízo fiscal reduzir consideravelmente o montante a ser pago. Parte do valor já está depositado em juízo, na Comarca de Santa Adélia e o restante devidamente negociado para ser quitado. São dois momentos distintos, aquele está lá sendo resolvido e agora vamos ver o novo daqui para frente”, reforçou Santos.
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