Repasse ao Samu aumenta, mas região ainda banca meio milhão por mês
Serviço essencial envolve mais de 100 profissionais de saúde e tem custos rateados entre as 19 cidades
Foto: O Regional - Samu opera 24 horas por dia, os 7 dias da semana, e atende 19 cidades da região
Por Guilherme Gandini | 23 de julho, 2023

O Ministério da Saúde anunciou ampliação em 30% dos valores destinados ao custeio do Serviço Móvel de Urgência (Samu). O percentual representa, segundo a pasta, incremento de R$ 396 milhões por ano nos repasses. Com o reajuste, que não era feito desde 2013, o total destinado ao serviço passou de R$ 1,3 para R$ 1,7 bilhão por ano, reduzindo a sobrecarga nos municípios.

Conforme dados obtidos com exclusividade pelo jornal O Regional junto ao Consirc - Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região de Catanduva, responsável pela gestão do Samu Regional de Catanduva, essa correção representará aumento de R$ 82,8 mil mensais para o serviço, passando de R$ 276.178,00 para R$ 359.031,40, levando-se em conta a atual estrutura existente.

Isso porque, segundo o Consirc, o custeio da Unidade de Suporte Básico de Vida - são oito na região - passou de R$ 21.919,00 para R$ 28.494,70 por mês, por viatura, enquanto o da Unidade de Suporte Avançado de Vida, que é apenas uma, subiu de R$ 48.221,00 para R$ 62.687,30 e a Central de Regulação Médica teve repasses reajustados de R$ 52.605,00 para R$ 68.386,50.

Apesar da atualização de valores, os municípios da região ainda terão de bancar R$ 586,7 mil, mensalmente, para manter o serviço que custa, ao todo, quase R$ 950 mil por mês.

Destrinchando os números, o déficit no custeio de cada viatura de suporte básico é de R$ 31,1 mil ao mês por viatura, em média. Os valores são bancados pelos municípios em que elas atuam: três ficam em Catanduva e as demais em Tabapuã, Irapuã, Catiguá, Elisiário e Urupês. Cada unidade tem um técnico em enfermagem ou enfermeiro e um motorista-socorrista.

Já a Unidade de Suporte Avançado de Vida acumula déficit mensal de R$ 102,7 mil, em média. Como ela é compartilhada pelos 19 municípios da região, o rateio é feito com base no valor per capita de habitantes. Ela é composta por um médico, um enfermeiro e um motorista-socorrista.

O mesmo acontece com a Central de Regulação de Urgências, que gere todo o sistema e exige aporte de R$ 234.818,84 dos municípios, em valores rateados. Nesse núcleo, que funciona em Catanduva, há o médico regulador, três auxiliares de regulação médica e um operador de frota.

Nos custos reais operacionais informados pelo Consirc, tendo como base o mês de junho de 2023, estão computados valores referentes a salários e encargos, combustível e manutenção, insumos de atendimento, além da manutenção das bases descentralizadas e da central.

DESCENTRALIZAÇÃO

De acordo com Ricardo Alessandro Teixeira Gonsaga, coordenador médico do Samu Regional de Catanduva, desde a criação do Consirc e o movimento de descentralização de viaturas, com rateio de custos entre as cidades, a estrutura do Samu melhorou e a tendência é que isso avance.

Ele pondera, porém, que a realidade financeira que sobrecarrega os municípios dificulta a aquisição de tecnologias e insumos para melhorar os serviços e a qualidade de atendimento.

"Hoje o Samu Regional de Catanduva está estruturado para acolher as ligações de urgência através do número 192 de seis cidades da região, incluindo Catanduva, e em um futuro próximo, conforme o Ministério da Saúde liberar novas unidades de suporte básico de vida, mais oito cidades serão atendidas pela Central de Regulação de Urgência, o que exigirá mais recursos para manutenção do sistema e aquisição das novas tecnologias e equipamentos”, pontua o médico.

O Samu opera 24 horas por dia, os 7 dias da semana, realizando desde orientação por telefone a atendimentos de pacientes com problemas clínicos, cirúrgicos, acidentados, com problemas psiquiátricos, pediátricos (crianças e adolescentes), ginecológicos e obstétricos. “É uma importante porta de acesso aos serviços de saúde, focado no atendimento emergencial”, frisa.

Para manter todo o sistema funcionando, o Samu Regional tem em torno de 75 profissionais atuando em Catanduva e dois por turno de plantão em cada uma das cidades com viaturas.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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