Renda média em Catanduva é R$ 2 mil, a 35ª mais alta de SP
Conforme a pesquisa, cada habitante recebe R$ 2.006 e tem R$ 76.144 de patrimônio
Foto: Rafael Belo - Quando considerados apenas os declarantes do IRPF, renda média sobe para R$ 9.154 em Catanduva
Por Guilherme Gandini | 15 de fevereiro, 2023

Catanduva figura na 35ª posição no ranking da renda média do Mapa da Riqueza no Brasil, pesquisa elaborada pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social). O trabalho une a base de dados do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) à da Pnad Contínua, conforme o índice de Gini – instrumento para medir o grau de concentração de renda.

De acordo com o relatório, a renda média dos catanduvenses é de R$ 2.006. Além da 35ª colocação estadual, o montante deixa o município em 89º lugar do país no quesito. O levantamento registra ainda que o patrimônio líquido médio da população é de R$ 76.144, também com a 35ª posição em São Paulo e a 116ª entre todos os municípios brasileiros.

Quando são consideradas apenas as pessoas físicas declarantes do Imposto de Renda, que representam 21,91% da população total de Catanduva, a renda média sobe para R$ 9.154 (32º em SP e 147º no país) e o patrimônio líquido para R$ 347.480 (37º e 208º).

Segundo o Mapa da Riqueza no Brasil, as UFs com mais renda por habitante são Distrito Federal (R$ 3.148), São Paulo (R$ 2.063) e Rio de Janeiro (R$ 1.754). Já as menores rendas médias estão no Maranhão (R$ 409), Pará (R$ 507) e Alagoas (R$ 554). Entre as capitais, as líderes são Florianópolis (R$ 4.215), Porto Alegre (R$ 3.775) e Vitória (R$ 3.736).

Quando são listados apenas os municípios com mais de 50 mil habitantes, aparecem no topo do ranking: Nova Lima/BH (R$ 8.897), Santana do Parnaíba/SP (R$ 5.791) e São Caetano do Sul/SP (R$ 4.698). O último colocado é Matões do Norte/MA (R$ 27).

O Distrito Federal é a UF com a maior renda média dos declarantes do IRPF também, com R$ 12.627. Neste ranking, em seguida, aparecem Rio de Janeiro (R$ 9.907) e São Paulo (R$ 9.488). A renda média dos declarantes brasileiros é de R$ 8.776. No caso dos municípios, Aporé/GO fica em primeiro, com R$ 66.125,00, e em último aparece Tunas/RS, com R$ 2.552.

Ainda conforme o estudo, mais de 80% da população não fez a declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física em 24 das 27 Unidades da Federação e em 16 das 27 capitais brasileiras em 2020, o que indica que a maioria das pessoas nessas localidades tinha renda inferior a R$ 2.000.

Desigualdade aumentou na pandemia

A desigualdade de renda no Brasil é ainda maior do que o imaginado. Essa é a principal conclusão unindo a base de dados do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) à da Pnad Contínua: o índice de Gini chegou a 0.7068 em 2020, bem acima dos 0,6013 calculados apenas a Pnad contínua. Cada 0,03 pontos equivale a uma grande mudança da desigualdade. Para o cálculo do Gini, quanto mais perto de 1 está o índice, maior é a desigualdade.

Se a fotografia da distribuição de renda é péssima, o filme da pandemia também é. Mesmo com o Auxílio Emergencial, ao contrário do que se acreditava, a desigualdade brasileira não caiu na

pandemia. Pela abordagem usual, o Gini teria caído de 0,6117 para 0,6013, já na combinação de bases, o Gini sobe de 0.7066 para 0,7068. Isso pois as perdas dos mais ricos (dos 1%+ foi -1,5%) foram menos da metade das da classe média (-4,2%), a grande perdedora da pandemia.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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