Foi jogando futebol com os meninos, nas ruas do bairro Solo Sagrado, que a catanduvense Mônica Bitencourt, 27 anos, percebeu que gostava daquele esporte. Ela diz que essa brincadeira de criança é justamente a primeira lembrança que ela tem do futebol – não foi vendo pela televisão, nem ouvindo pelo rádio. Quem a via jogando, já reconhecia que ela tinha talento.
A paixão pela modalidade também não teve qualquer influência familiar. “Ninguém jogava futebol na família, até hoje nem eu sei de onde veio”, brinca Monica, que iniciou sua trajetória jogando com o Betinho, em Pindorama, quando disputou a Copa AME, sendo a única mulher a competir. Em seguida, participou de peneira no Palmeiras e, a partir daí, sua vida mudou.
Além do alviverde, Mônica defendeu o Rio Preto, Corinthians, São Paulo e a Ferroviária, de Araraquara, por onde passou pela primeira vez em 2018, antes de se transferir para o exterior, no ano seguinte, quando jogou pelo SC Huelva, na Espanha. “Lá fora é um sonho de qualquer atleta, mas não é fácil como parece. Foi uma experiência incrível, um jogo de muita força.”
Em sua trajetória, foi bicampeã paulista, campeã brasileira e da Copa Libertadores da América. De volta ao Brasil, passou pelo América-MG e, no mês passado, foi anunciada como reforço das Guerreiras Grenás, de Araraquara, para a sequência da temporada. Atualmente, o time ocupa a 5ª colocação no Paulista e enfrentará o São Paulo pela semifinal do Brasileirão, em 27 de agosto.
Mônica afirma que o futebol feminino tem se profissionalizado no Brasil, o que já possibilita “uma comparação muito positiva” com a realidade no exterior. Diz que a convocação para a Seleção Brasileira é uma meta e que está feliz na nova fase: “Estar em um dos maiores clubes do Brasil é de extrema felicidade e o objetivo maior é classificar para a final e ser campeã brasileira”.
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