Catanduva perdeu, nesta terça-feira, 20, o advogado Murillo Astêo Tricca, que faleceu aos 88 anos de idade. Figura de destaque na comunidade, foi presidente do Clube de Tênis Catanduva e teve atuação importante junto à Associação Comercial e Empresarial (ACE) e na área jurídica de grandes empresas da região, com destaque para as usinas.

Murillo se formou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP), em São Paulo, nos anos 1950. Era um dos advogados mais antigos em atividade na região, figurando como uma importante referência sobre o Direito do Trabalho.

Ele é filho do contador e corretor de seguros Tulio Tricca, fundador do escritório Tricca, que existe há mais de 60 anos no mesmo endereço na rua Alagoas. Deixou quatro filhos, Flávia, Guilherme, Daniela e Renato, e sete netos, Gabriela, Rafaella, Izabela, Carolina, Júlia, Pedro e Bruno. Sua esposa Letícia faleceu em 2015.

Em nota, a OAB de Catanduva lamentou a morte do advogado. “É com imenso pesar que a 41ª Subseção de Catanduva comunica o falecimento do Dr. Murillo Asteo Tricca, Advogado em nossa Subseção, e pai do Advogado Dr. Renato Ladeira Tricca. Manifestamos nossos sentimentos de pesar e solidariedade à família e amigos.”

Murillo foi velado e sepultado no Cemitério Monsenhor Albino, nesta quarta-feira, 21.

‘GENTLEMAN’

Com sensibilidade apurada, Murillo assinava artigos no jornal O Regional, em que relembrava o passado de Catanduva, como a era dos trens e antigos pontos comerciais, e exaltava o trabalho de entidades na atualidade. Em “Uma boa história”, elogiou exemplos positivos trazidos pelo próprio jornal. Recentemente, aventurou-se como poeta usando o pseudônimo Marchel Telou.

Dos amigos, como Ceminha Siqueira Canhamero, José Carlos Buch e Marisa Simão Armiatto, um dos adjetivos mais citados é “gentleman”, em referência ao seu fino trato e boa educação. O sorriso, bom humor e a amizade sincera também são lembrados com carinho.

“Meu amigo Dr. Murillo (com dois LL, como ele dizia) era uma pessoa bondosa, um gentleman de trato fácil que fez muitas e boas amizades ao longo da vida, vou sentir saudades dos nossos cafés”, diz Marisa. “Brilhante causídico, um grande ser humano e um amigo de décadas - um gentleman, me conheceu de calças curtas. Uma perda irreparável!”, completa Buch.

Já Ceminha, ainda emocionada, diz que Murillo era visto como um porto-seguro e classifica o amigo como um homem de bem, respeitoso e que sabia contemplar as pessoas. “Era um porto-seguro, dava respostas na hora, tinha palavra e agia. Não temia em estar ao lado dos amigos, mesmo diante dos problemas mais graves. Quando pensava nele, sentia tranquilidade.”