Rebelato ‘fala pouco’ e aposta em Bolsonaro para atrair eleitorado
Candidato a prefeito reforçou durante a sabatina, na sexta-feira, que é o representante da direita catanduvense
Foto: O Regional - Rebelato diz que população pode avaliar resultados das gestões do PT e Padre Osvaldo
Por Guilherme Gandini | 01 de setembro, 2024

O empresário Ricardo Rebelato (PSD) encerrou a série de entrevistas da Vox FM e do jornal O Regional com os candidatos a prefeito de Catanduva, na sexta-feira, 30. Durante a sabatina, ele apontou os principais problemas da cidade, em sua visão, e as primeiras ações que tomará caso seja eleito. Reforçou a confiança de que poderá concentrar os votos da direita da cidade, a partir do apoio que recebeu do ex-presidente Jair Bolsonaro e do deputado federal Eduardo Bolsonaro. Com muitas respostas curtas e diretas – e até enrolando-se nas palavras em alguns momentos, Rebelato defende-se dizendo que prefere ser objetivo e que isso não atrapalhará sua campanha.

O Regional/Vox FM: Quais os principais problemas da cidade?

Ricardo Rebelato: Os principais problemas que eu vejo hoje são saúde, educação, transporte coletivo, segurança e desenvolvimento. Em Catanduva, pode-se falar que a população não tem saúde. Temos atendimentos no UPA demorando mais de 12 horas com muitas reclamações, falta de remédio, não tem médico nos postos de saúde, uma vida encontrar um médico na nossa cidade. Também tem essa condição lá do Jardim Imperial e Nova Catanduva que não tem atendimento 24 horas para eles, não tem deslocamento, muitas vezes precisa de uma ambulância e não tem. E na parte de educação, hoje muitas mães, muitas pessoas não têm vagas próximo das suas casas, as creches não atendem no horário estendido, faltam cuidadores para crianças que têm algum problema de deficiência e os profissionais que tem lá, hoje, eles têm um professor e ele tem de cuidar talvez de quatro, cinco crianças que têm alguma deficiência, autismo ou alguma coisa assim. E essas pessoas não conseguem se envolver no trabalho porque não está tendo cumplicidade junto à administração. Não está tendo transporte público de qualidade. Agora mudou alguma coisinha só para mascarar e com isso daí a população fica entregue à mercê, paga pelo serviço, não tem serviço de qualidade, final de semana não tem ônibus, os pontos que são colocados na cidade são distantes um do outro. Isso sem contar o tempo que demora. A segurança na cidade até que é boa, só que têm alguns fatos que a gente precisa começar a modificar em campanhas, principalmente o estupro de vulnerável dentro de casa. Isso aí a gente tem de dar atenção, fazer campanhas, fazer que as pessoas denunciem. Aí a nossa cidade tem um marco fincado nela que não tem trabalho. A empresa não vem para cá porque falta administração, diante dessas demandas todas.

O Regional/Vox FM: Ao ser eleito, quais serão suas prioridades?

Primeiramente, conhecer o que está acontecendo em termos do que a gente tem na caixa. A gente vai fazer uma varredura pela cidade, limpeza de praça, limpeza de rua, bueiros, roçagem e, principalmente, colocar a casa em ordem e levar um grupo de transição para que a gente consiga fazer essa transição e nomear os nossos secretários, que vão ser pela condição técnica.

O Regional/Vox FM: O sr. poderia explicar, com a ligação que o senhor tem com a família Bolsonaro, sempre muito estreita, como que o PL foi parar nas mãos de Padre Osvaldo?

Essa é pergunta que o próprio Jair Messias Bolsonaro faz, o Eduardo Bolsonaro faz. Eles entraram numa casa que não é deles, é uma coisa que já estava construída e ali eles têm um poder e é administrado por outra pessoa. O Jair e o Eduardo são contra isso, totalmente, já falaram que em Catanduva quem representa eles sou eu, sou amigo pessoal dele de longa data e não mudo isso daí, porque eu sempre defendi a direita, fiz um trabalho grande defendendo a direita em toda a nossa região, fiz campanha para o Eduardo, fiz campanha para o Jair também, até para o próprio Tarcísio [de Freitas, governador]. Isso foi um conchavo político através do [Marco] Vinholi, que agregou 42 cidades, no caso eles mesmo dizem que foi numa situação de tapete. Só que agora, eles [Bolsonaro] não têm mais como socorrer essa condição, conversar diretamente com Valdemar [Costa Neto], mas eles declararam apoio para a minha pessoa, tanto o Eduardo como o Jair e num futuro transitório tudo isso pode mudar, porque quem está ali não representa a direita e também pode mudar de uma forma que Jair e Eduardo também não fiquem, pode ser que eles partam para condicionar um partido para eles, que é a vontade deles, que aí eles vão escolher quem realmente estava com eles, como eles vieram aqui em Catanduva comprovar.

O Regional/Vox FM: É evidente que o Bolsonaro é um líder e que há uma fatia importante do eleitorado que o segue. Porém, como o sr. pretende conquistar os outros eleitores?

É simples o raciocínio. Cada um que tem algum potencial de estar disputando a eleição já demonstrou seu trabalho pela cidade. Então você já conferiu cada um, quem são. Já teve quatro anos de um lado, pela administração do Félix, que é do PT, e já teve quatro anos também pelo Padre Osvaldo. Nossa cidade está esburacada, sem saúde, sem transporte público, uma cidade que não tem crescimento de empresa porque tem muitos problemas para vir empresas para cidade, vai ao redor, porque? Isso daí é administração. Então com isso, a gente vai falar com a população na sinceridade. Eu não aprendi a mentir, não aprendi a passa as pessoas para trás. Eu tenho meu caráter, meu respeito. Vou falar sempre com a pessoa numa forma correta. Dá para fazer, não dá para fazer. Não adianta eu colocar numa campanha eleitoral que nem a outra pessoa colocou numa campanha eleitoral que iria resolver um loteamento e depois não resolveu o loteamento nem em quatro anos, nem pedindo oito, nem 10, nem 12, não vai se resolver.

O Regional/Vox FM: O sr. defende a construção de um Hospital-Dia desde a campanha anterior. Catanduva tem condições de construir um hospital desse modelo?

Sim, eu fui em 2020, 2019, ver um hospital desse e retornei há pouco tempo lá em São Paulo, no Hospital-Dia. Temos que criar ele aqui na nossa cidade para desafogar a saúde para exames rápidos de diagnóstico, pequenas cirurgias, porque a nossa saúde está complicada, temos os postos de saúde que não atendem 24 horas, não temos médico, não temos medicamento, está precário. A administração falou que vai fazer um novo UPA no Jardim Imperial, Nova Catanduva, mas isso não existe. Será um postão que vai ficar até as dez horas da noite. Eu quero ficar com esse posto de atendimento 24 horas, levar raio-x, ultrassom e fazer com que tenha deslocamento rápido e rever também a condição da UPA, administrada por uma terceirizada. Ver se aquilo que está sendo pago, o resultado está sendo adequado para a população, porque hoje eu vejo que talvez lá fique até 10, 12 horas na fila e tem um ou dois médicos. Também vou criar um centro especializado para as crianças, onde as crianças vão ser atendidas em um local correto e também um centro especializado para as pessoas com deficiência e autismo.

O Regional/Vox FM: Qual será a estratégia para atrair empresas e gerar emprego?

Primeiro a nossa cidade deve se tornar um cartão postal, como se diz, se um time tiver ganhando, todo mundo quer por algo em cima. É a realidade. Nossa cidade tem um travamento, principalmente na indústria, que parece que quando ela vem para nossa cidade encontra alguma dificuldade. Não temos espaço adequado, não temos matéria-prima, e isso tem que ser pensado, trabalhado. Eu sou empresário e tenho grande facilidade com alguns empresários, como também trazer cursos profissionalizantes, que hoje uma das reclamações eu vou falar pelo meu lado, você vai contratar algumas pessoas que não são cursados naquela área e você fica procurando, procurando para montar uma empresa na cidade. Falta uma forma de, talvez, um porto seco para escoamento dessas produções e a gente vai estar trabalhando o corpo a corpo junto com essas empresas, valorizando. Você vai montar empresa para Catanduva? Vamos lá, porque isso é preciso uma margem de desafio. Vamos desburocratizar, pensar também numa proposta de isenção de imposto. A gente vai estar trabalhando para que isso realmente aconteça, principalmente pensando na população para que ela seja atendida por um emprego.

O Regional/Vox FM: É visível que os longos discursos, aquelas respostas bem elaboradas, não são o seu forte. O sr. acha que essa dificuldade de comunicação pode fazer atrapalhar?

Eu sou do princípio de, ao enrolar muito para dar respostas, você está enrolando a pessoa e nada vai fazer. Então, eu sempre tive isso na minha vida privada. Sim ou não. Vai dar para fazer ou não vai dar para fazer. Eu entendo que a população vai ver que muitas pessoas fazem um folclore sobre aquilo que vai fazer. Eu já sou direto, porque isso elimina muito tempo na condição de trabalho. Você tem 100 coisas para fazer, eu consigo cumprir 100 coisas. Se eu ficar fazendo um teatro e ficar nessa história de oratória, eu vejo que a gente não tem resultado, a gente não sai do papel, não vai para o campo para ver o que realmente a população está precisando.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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