Depois de longo período de espera, por conta da pandemia - que, no ano passado, impediu a realização de eventos que resultassem em aglomerações de pessoas -, o Leilão Beneficente de Gado da Vila Roberto (Pindorama), em prol do Hospital de Amor, de Barretos, voltará a ocorrer de maneira presencial.   

A Comissão Organizadora espera lotar o salão da Paróquia São João Batista, que tem capacidade para mais de 2 mil pessoas. “Esse é um momento muito aguardado por todos. Aguardamos um grande público”, avalia José Roberto Vale, um dos realizadores do evento, que está em sua 18ª edição e terá dois dias de duração.  

No sábado, 20, a partir das 20 horas, haverá quermesse com venda de alimentos e bebidas no local, além de leilão de prendas e show com o cantor Rafael Souza. Já no domingo, 21, haverá leilão de gado e almoço, com início às 11 horas.   

Neste ano, a venda dos animais será feita no modelo híbrido. Interessados poderão apresentar tanto lances presenciais quanto pelo WhatsApp. A intenção dos organizadores é superar o valor arrecadado no leilão virtual do ano passado, que foi de R$ 173 mil.   

A renda líquida obtida com a comercialização do gado será repassada integralmente ao Hospital de Amor, que é considerado um dos principais centros de tratamento de câncer do país. Reginaldo Aparecido Poli, que também integra a comissão organizadora, afirma que iniciativas beneficentes como esta são fundamentais para garantir o atendimento gratuito aos pacientes.   

“A demanda é muito grande. É difícil haver uma semana em que não fazemos encaminhamentos para a Barretos. Várias pessoas, sobretudo aquelas mais simples, muitas vezes não têm estrutura para buscar o atendimento. Algumas não sabem nem mesmo como chegar lá”, afirma Poli.  

INOVAÇÃO E DESBUROCRATIZAÇÃO  

Quando se fala em leilão de gado, a primeira ideia que pode vir à mente das pessoas é um local repleto de animais, que são exibidos um a um, de maneira presencial, para possíveis compradores.   

Com a pandemia, no entanto, o setor viu-se obrigado a inovar. Assim, nos últimos dois anos as iniciativas nesse sentido ocorreram, em sua maioria, de maneira on-line. Com a reabertura dos eventos, organizadores viram a chance de retomar os leilões presenciais.   

Mas então surgiu um dilema. No formato virtual, os custos eram drasticamente reduzidos. “No ano passado, por exemplo, como não houve gastos com transporte de gado para o local do leilão nem com questões burocráticas, os custos do leilão ficaram em torno de R$ 1,4 mil, frente a uma arrecadação de mais de R$ 170 mil”, diz Poli.   

Neste ano, o formato será híbrido, mas repleto de soluções digitais. Os animais não serão levados ao salão paroquial. Na verdade, serão instalados telões no local, para que os interessados possam visualizar as características de cada bicho. 

O gado, por sua vez, já foi previamente filmado, na propriedade onde é mantido. Além da exibição no telão, os vídeos serão enviados por WhatsApp aos participantes do leilão virtual, no momento em que cada bicho estiver à venda. Assim, todos terão chance de fazer seu lance, que poderá ser pago em cartão de crédito/débito, Pix ou cheque (neste caso, com possibilidade de prazo de pagamento em até 90 dias).