O quadro “Momento Saúde” do V1 Notícias, que estreou na Vox FM nesta terça-feira, 2 de maio, trouxe a participação do psicólogo Anderson Pedro, que falou sobre como conversar com as crianças sobre ameaças e atentados às escolas e como amenizar o medo. “Os atentados ocorridos nos últimos meses podem instaurar uma insegurança generalizada, de pais, alunos e professores. Desde agosto de 2022, houve mais de um ataque do tipo por mês no Brasil”, pontuou ele.
A recomendação dos especialistas, afirmou, é acolher os sentimentos dos filhos e procurar ajuda especializada quando necessário. Para iniciar uma conversa sobre o assunto, ele sugere que, no primeiro momento, pai ou responsáveis mantenham a postura acolhedora. “É preciso estabelecer um espaço de escuta ativa. Os pais precisam estarem atentos aos sentimentos dos filhos. Reconhecer se ele ou ela está de fato apresentando medo ou insegurança, ao ponto de estar prejudicando o desenvolvimento e a rotina da criança ou adolescente, tanto na escola ou no lar.”
Essa abordagem, segundo o especialista, pode mudar a depender de como foi a participação do aluno nesse tipo de situação. “Caso o estudante tenha presenciado uma situação desconfortável dentro da escola, recomendamos aguardar as orientações da escola sobre como abordar o assunto em casa. Porém, caso seja alguém distante do ocorrido, pais e familiares podem iniciar ao assunto comentando sobre a notícia e buscando entender o que o jovem sabe sobre o assunto.”
O ideal, frisa Anderson Pedro, é informar de maneira sucinta e esclarecer informações falsas, evitando julgamentos e suposições. “Não se deve esconder nada dos alunos, até porque eles têm todas as informações nos celulares. O ideal é ser o mais realista possível e buscar entender como o jovem se sente e o que gostaria de falar sobre o assunto. Alguns têm necessidade de falar muito, outros não. É preciso respeitar isso também”, aconselha o profissional.
MEDO DA ESCOLA
Caso a criança apresente medo de ir à escola, o psicólogo aponta o que não deve ser feito. “Não se deve assistir aos noticiários sobre o tema compulsivamente e comentar sobre o assunto na frente das crianças. Isso não é indicado. Não se trata de esconder o que houve, mas dar a devida medida para as coisas. Lidar com o medo só é possível depois de identificar de onde ele vem.”
Porém, quando se deve procurar ajuda de um profissional? “Se você percebe que a criança ou o jovem não consegue voltar às aulas, apresenta sofrimento acentuado ou prolongado e automutilação, são alguns sinais que pedem atenção dos pais e familiares. São exemplos de situação que podem indicar que precisam de ajuda de algum profissional na área.”
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