Psicólogo mostra maneiras de promover a saúde mental em diversos ambientes
Anderson Pedro Moreira da Silva descreve como empresas, escolas e famílias podem colaborar neste processo
Crédito: Divulgação - Psicólogo afirma que o ideal é buscar a informação sobre transtornos psicológicos e, em seguida, o tratamento
Por Stella Vicente | 22 de janeiro, 2023

A campanha Janeiro Branco tem como objetivo quebrar tabu existente na sociedade acerca do tema saúde mental. O psicólogo Anderson Pedro Moreira da Silva afirma que pessoas com algum transtorno psiquiátrico como depressão, ansiedade ou TDAH (Déficit de atenção com Hiperatividade) muitas vezes não encontram suporte de seus familiares, amigos e colegas de trabalho por falta de informação.

Anderson afirma que o ideal é buscar primeiro a informação e, em seguida, o tratamento adequado com profissionais especializados. Assim, garante ele, é possível evitar o aumento dos sintomas de sofrimento ou a evolução para um transtorno ainda mais grave.

No caso do ambiente corporativo, o psicólogo diz que a saúde mental pode ser promovida com a realização de mais campanhas nas empresas. O ideal seria não só no mês de janeiro, como é o caso do “Janeiro Branco”, mas sim em todos os meses. Ele usa como exemplo as corporações europeias, que trazem no ambiente de trabalho valores associados aos cuidados da saúde mental do colaborador, fato esse que, no Brasil, segundo ele, ainda não acontece.

“A saúde mental faz parte da saúde integral do ser humano. O colaborador pode estar bem apresentável e até cumprindo seus deveres e funções no ambiente de trabalho, mas sem que as pessoas ao redor percebam, ele pode estar passando por uma situação de conflitos emocionais e devido a nossa cultura de que saúde mental é bobagem, esse colaborador vai ‘empurrando’ os seus dias dentro da organização, até um dia ‘estourar’ e a organização perder um ótimo funcionário”, explica.

Já pensando nas crianças e no ambiente escolar, Anderson ressalta o fato de que a escola é o primeiro lugar onde a criança se percebe longe dos pais para resolver suas questões. Por esse motivo, é importante para o desenvolvimento saudável da criança. Caso isso não aconteça de forma natural e saudável, o ambiente escolar pode se tornar um lugar traumático.

“Cabe aos educadores e aos profissionais da psicologia educacional, identificar os conflitos e as emoções dos alunos de maneira criteriosa e investigativa, visto que, dentro de uma escola, temos várias situações envolvidas, muitas delas oriundas do ambiente familiar. Não podemos nos esquecer que os transtornos de aprendizagem, os déficits e outras questões, envolvem crianças e/ ou adolescentes na fase escolar”, destaca.

No que diz respeito à família, o psicólogo aponta que essas pessoas podem e devem colaborar muito com a saúde mental dos demais integrantes. Hoje em dia é muito comum familiares que moram em uma mesma casa não conversarem entre si. Principalmente com a utilização recorrente das redes sociais, onde é possível ver o diálogo acontecendo pelo WhatsApp com pessoas que compartilham de um mesmo ambiente.

“Sem o contato físico e o diálogo constante, fica difícil identificar alguma mudança no comportamento dos familiares. É importante estipular prioridades, realizar refeições juntos, fazer passeios sem a utilização de celulares e apreciar a companhia de quem está próximo. Sendo assim, fica mais fácil identificar qualquer mudança no comportamento de pais e de filhos. E identificando qualquer anormalidade, buscar a ajuda de um profissional”, aconselha Anderson.

Outro ponto levantado pelo profissional, é o fato de a doença emocional ser uma dor invisível aos olhos da sociedade, que vai muito além daquelas que são consideradas mais graves. Segundo ele, atualmente, a utilização das redes sociais por longas horas, algo comum no dia a dia e que parece inofensivo, está colaborando para o aumento de casos de dependência tecnológica, ansiedade, depressão, suicídio, entre outros.

“Se o próprio Steve Jobs, considerado o pai do iPad, iPod, iPhone, não deixava que seus filhos tivessem muito contato com a tecnologia, limitando o tempo de uso deles, provavelmente, já imaginava que a utilização das redes afetaria os mais jovens”, conta Anderson.

Ele recomenda ficar atento aos sinais, pois cuidar da saúde mental é como cuidar da saúde física. “Nós tomamos banho todos os dias, nos alimentamos mais de uma vez e descansamos o corpo físico. A saúde mental requer os mesmos cuidados diários, pois está relacionada a tudo aquilo que permitimos pensar, ler, assistir, absorver e digerir. Se está difícil, busque a ajuda de um profissional”, reitera.

Autor

Stella Vicente
É repórter de O Regional.

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