Psicólogo explica hábito de acompanhar esportes e torcer em grupo
Anderson Pedro Moreira da Silva, especialista em Psicologia Transpessoal, afirma que essa relação é antiga e pode ser benéfica quando bem aproveitada
Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - Segundo psicólogo, torcer em grupos promove a divisão de expectativas, ansiedades, alegrias e medos
Por Stella Vicente | 09 de dezembro, 2022

O ser humano tem como característica intrínseca a sociabilidade, logo, a competição se torna um momento de explosão coletiva. Dessa forma, eventos grandes como a Copa do Mundo acabam aproximando o brasileiro, que por viver no chamado “país do futebol” por si só já é atraído pelo esporte, mas acaba imerso em uma bolha ainda maior de pessoas interessadas.

O psicólogo e especialista em Psicologia Transpessoal, Anderson Pedro Moreira da Silva, afirma que essa relação entre o ser humano e o esporte é muito antiga. Ele explica que, no passado, o ser humano migrava de um lugar para outro para sobreviver, pois dependia da caça, da pesca, da coleta de alimentos e das condições climáticas de outras regiões.

Porém, com o passar dos tempos e sem ter essa necessidade, o homem passou a enxergar o esporte como um modelo de superação de limites, um desafio físico individual e não mais de sobrevivência. “O ser humano passou a gostar de uma determinada categoria de esporte, passou a se interessar por histórias individuais de superação e até mesmo torcer por um time específico”, descreve.

Quanto a eventos como a Copa, ele ressalta a importância que eles possuem para unir pessoas que compartilham os mesmos hábitos, costumes, ídolos, vitórias, entre outras características. “Eles acabam unindo mais as pessoas de um mesmo país por conta da identificação”, aponta o psicólogo.

É comum notar uma tendência das pessoas de torcerem entre amigos ou família, em vez de sozinhos. Anderson relata que torcer em grupo promove a divisão de expectativas, ansiedades, alegrias e medos. Sendo, portanto, uma forma de distração e relaxamento e de sensações benéficas que, talvez sozinho, a pessoa não experimentaria.

Como comparação, o mesmo acontece com as pessoas que assistem a filmes ou séries e leem livros que conhecidos ou pessoas da mídia estão consumindo. Para o profissional da psicologia, isso ocorre porque o ser humano sempre sentiu a necessidade de estar inserido em um lugar, em um grupo, em uma comunidade.

“A ideia de um filme ganhador de Oscar, que foi visto e aclamado por um grande número de telespectadores, um livro considerado o mais lido e o mais recomendado do ano e um evento grandioso que reúne milhões de pessoas como a Copa do Mundo trazem em si o sentimento de lealdade, de confiança, de grupo e de pertencimento. Esses sentimentos são importantes para a satisfação pessoal do ser humano”, destaca.

O sentimento que se desperta nas pessoas pode ser positivo, quando não se ultrapassa o respeito pela equipe adversária e seus torcedores, assim como quando não se torna fanatismo ou termina em violência. “Sendo contrário a isso, é muito benéfico, pois libera hormônios responsáveis pelo nosso prazer e bem-estar”, informa Anderson.

Quanto a lidar com o sentimento da derrota em meio a tanta histeria, ele ainda ressalta que perder faz parte de qualquer situação da vida, seja um jogo de futebol, uma proposta de trabalho, objeto pessoal ou animal de estimação, por exemplo. “Faz-se necessário desde cedo a orientação por parte dos pais aos filhos da importância de participar, de perder e ganhar, sem com isso acarretar frustrações, sentimentos de raiva, insegurança, baixa autoestima, entre outros sentimentos. Parece clichê, mas é verdade: o importante é participar da vida”, declara.

Autor

Stella Vicente
É repórter de O Regional.

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