Psicanalista alerta que falar sobre suicídio pode salvar vidas
Foto: Divulgação - Andrea Ladislau diz que a ajuda começa quando se respeita essa dor
Andrea Ladislau lembra que é preciso evitar minimizar a dor alheia para ganhar a confiança; ajuda profissional é importante
Por Da Reportagem Local | 15 de setembro, 2025

É desesperador pensar que todos os dias alguém desiste da vida. E no mês em que temos o reforço da campanha Setembro Amarelo para nos lembrar da importância da prevenção do suicídio, cabe refletir sobre o que cada um de nós estamos fazendo para contribuir com esse movimento? De que forma podemos ajudar? Como perceber atitudes que podem culminar nesta tragédia? 

No Brasil, a taxa de crescimento de casos de suicídio aumenta a cada ano. De acordo com dados do IBGE, o aumento se dá em média de 3,7% ao ano. São cerca de 8 suicídios a cada 100 mil habitantes, sendo a faixa etária de pessoas com idade acima de 60 anos, as mais atingidas. 

A psicanalista Andrea Ladislau lembra que em algum momento de nossas vidas, pode ser que desconfiemos de que alguém próximo está pensando em se suicidar em decorrência de um grande sofrimento. “Diante dessa situação, podemos experimentar um sentimento de impotência que nos faz acreditar que não há como intervir. Entretanto, ao contrário do que o senso comum tende a reproduzir, existem diversas maneiras de auxiliar essa pessoa”, diz.

A primeira orientação é observar os sinais. Uma pessoa com ideação suicida pode dar alguns sinais. Por exemplo, os sinais verbais que não devem ser ignorados: “As pessoas estariam melhor sem mim”; “Eu queria desaparecer”. Há também sinais comportamentais que demonstram desinteresse intenso; desculpas para evitar contato social e permanecer isolado; mudanças bruscas de comportamento e verbalizações recorrentes em tom de despedida. 

“No âmbito emocional, o alerta vem da tristeza profunda; sentimento de culpa; sentido de inutilidade; ansiedade intensa; apatia; irritabilidade; entre outros”, explica.

Para a especialista, a ajuda começa quando se respeita essa dor e busca entender o que o outro está sentindo. “Muitas pessoas entendem que falar sobre o assunto, incentiva a busca pelo suicídio. Isso é um verdadeiro mito. É preciso provocar a fala, ofertar a escuta ativa e dialogar abertamente, levantando o questionamento sobre as reais intenções da pessoa. Essa atitude pode salvar vidas”, alerta. 

A especialista lembra que é preciso evitar minimizar a dor alheia para ganhar a confiança. Afirmações do tipo: “Mas você tem tudo. Isso é uma besteira” ou “Não seja fraco!”, não resolvem. “Ouvir com atenção, permitir que seja feita uma catarse emocional, no sentido de esvaziar-se, tem muito mais eficácia nesse momento. Em casos mais graves, estar presente, por perto e não deixar, devido ao alto risco, a pessoa sozinha, também auxilia na prevenção.”

Andrea diz que é preciso buscar apoio profissional para desenvolver plano terapêutico de acolhimento, através de ferramentas adequadas e suporte emocional.

 

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Redação de O Regional

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