Propostas para saúde, gestão e orçamento dominam discursos
Candidatos participaram ontem do debate eleitoral promovido pela Vox FM e O Regional
Foto: O REGIONAL - Quatro candidatos de Catanduva a deputado federal debateram por duas horas
Por Rodrigo Ferrari | 30 de setembro, 2022

Faltando poucos dias para as eleições gerais, que serão realizadas no próximo domingo, eleitores catanduvenses tiveram a oportunidade de conhecer melhor as ideias e propostas dos candidatos a deputado federal da cidade. O debate promovido pela Vox FM e o jornal O Regional, ontem pela manhã, teve duas horas de duração e reuniu Beto Cacciari (PL), Fábio Manzano (MDB), Nilton Candido (PSB) e Sinval Malheiros (Patriota).    

As discussões sobre saúde, gestão e orçamento dominaram o debate, que acabou tendo foco em temas nacionais, esfera de atuação do cargo disputado pelos candidatos. O primeiro bloco contou com perguntas feitas por jornalistas de O Regional.    

Primeiro a ser perguntado, sobre o Auxílio Brasil – que recentemente foi reajustado para R$ 600, pelo governo federal – Nilton afirmou que pretende trabalhar pela manutenção desse valor, caso seja eleito. Com relação ao dinheiro para financiar o benefício, o ex-vereador defendeu mudanças na estrutura do poder político no país. “Precisamos acabar com o Orçamento Secreto, que consome R$ 17 bilhões de reais, sem que a Câmara Federal preste contas a ninguém de onde e como usou esse dinheiro”, afirmou o advogado.    

Ele também defendeu corte de 80% nos orçamentos de todas as casas legislativas brasileiras, incluindo câmaras municipais e assembleias legislativas. “Nós temos um dos Congressos mais caros do mundo. Um deputado federal tem o custo per capita de R$ 4,3 milhões ao ano. Depois, o sujeito vem para a região e diz que enviou R$ 50 mil para Catanduva, R$ 60 mil para Elisiário. Mas não conta o quanto de gastos deu para os cofres públicos”, disse.    

EMPREGO   

Segundo a responder, Beto Cacciari comentou sobre desemprego e as demais dificuldades econômicas da população. Na visão do candidato, o grande problema atual não está necessariamente na inexistência de vagas, mas sim na qualificação dos trabalhadores, que precisa ser ampliada.    

“A educação é uma das pautas que vou defender no Congresso”, disse o médico. Ao analisar as recentes dificuldades econômicas do país, ele lembrou que o Brasil tem enfrentado momentos difíceis em tempos recentes. Enumerou episódios como o rompimento da barragem da Vale do Rio Doce, em Brumadinho (MG); a pandemia da Covid-19; e a Guerra na Ucrânia. Eventos que, segundo ele, teriam criado adversidades para o setor produtivo e os trabalhadores brasileiros. O candidato também citou como experiência positiva na área do ensino o Núcleo Educacional Espírita Joanna de Ângelis, mantido por sua família há várias décadas, no Jardim Alpino, em Catanduva.    

TABELA SUS   

Sinval foi questionado sobre a saúde pública brasileira, especialmente a demora para que pacientes consigam exames, consultas e cirurgias. “Eu sempre digo que a saúde brasileira está doente”, reconheceu o médico. Na avaliação dele, a grande causa desse problema está na defasagem da Tabela SUS, que remunera os serviços prestados no Sistema Único de Saúde.    

“Quando fui deputado, cheguei a me reunir com o ex-presidente Michel Temer (2016-2018) e pedir a atualização da tabela”, afirmou. Na avaliação dele, a determinação para que 50% do valor das emendas parlamentares apresentadas por deputados e senadores seja na área da saúde representou um avanço para o setor, embora possa ser considerada ainda um “tapa-buraco”. “Sempre digo que a saúde não precisa de esmola. É só reajusta a Tabela SUS que o resto os hospitais resolvem”, disse Sinval.    

PISO DA ENFERMAGEM   

Manzano, por sua vez, foi perguntado sobre o piso nacional da enfermagem, que atualmente está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele diz ser a favor da valorização desses profissionais e também dos professores, mas cobrou uma fonte de custeio para o pagamento dos novos valores propostos em lei.    

“É preciso ter responsabilidade e gastar apenas o que é arrecadado. Não podemos permitir que as finanças públicas sejam comprometidas a troco de politicagem”, afirmou o advogado. Na opinião dele, sem uma fonte de recursos, os novos pisos podem representar uma “bomba” no colo de prefeitos e gestores de saúde. “Em alguns municípios, o aumento no piso da enfermagem cria, por exemplo, um descompasso com os salários de coordenadores na área da saúde. Isso precisa ser refletido”, afirmou.

 

Autor

Rodrigo Ferrari
É jornalista de O Regional.

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