Projetos sociais são eternizados em exposição fotográfica da Arcos
Fotojornalista Camila Mendonça da Silveira percorreu entidades para fazer os registros; 44 telas mais impactantes compõem exposição
Foto: ARQUIVO PESSOAL - Fotos ocuparam corredor de entrada do salão social do Clube de Tênis
Por Guilherme Gandini | 04 de setembro, 2022
 

Trabalho desenvolvido pela fotojornalista Camila Mendonça da Silveira reuniu 44 fotos, entre as mais impactantes, feitas por ela nas instituições assistenciais filiadas à Arcos - Associação e Rede de Cooperação Social. Os quadros foram dispostos no corredor de entrada do salão social do Clube de Tênis, durante a palestra feita pelo filósofo Mario Sergio Cortella, em prol da própria Arcos.  

Todas as fotos foram tiradas in loco, e não tiveram uso de photoshop, apenas ajuste de cor e saturação, de forma a manter a sensibilidade captada. “Cada foto tem uma história por trás e, na exposição oficial, a gente pretende contar o que representa cada imagem”, antecipa Camila.  

O projeto surgiu em junho, a partir de conversa da profissional com o presidente da Arcos, o juiz Wagner Ramos de Quadros. “Somos vizinhos e ele me mandou uma mensagem com a ideia de fazer uma exposição, pois muitas pessoas ouvem falar da Arcos, mas não sabem o que é a Arcos. Eu deveria fotografar todas as instituições e escolher uma foto de cada uma delas.”  

Missão aceita, Camila visitou todas as instituições assistenciais cadastradas em Catanduva, além de entidades de Tabapuã, Santa Adélia, Uchoa, Palmares Paulista e Pindorama.  

“Foi uma experiência fora de série. Um trabalho muito profundo. Quando a gente visita essas instituições, a gente vê que é pouco o que a gente passa perto do que algumas pessoas passam. E que esse alento, que à vezes é uma palavra, um reconhecimento ou mesmo um apoio para aquela pessoa não passar tanta instabilidade emocional ou proporcionar a mínima segurança alimentar dessas pessoas, é o mínimo do mínimo. Isso mexeu muito comigo”, confidencia.  

Camila diz também que se emocionou ao constatar o carinho com que os projetos são cuidados. “Alguns não tem nem mesmo a estrutura necessária, as pessoas trabalham na simplicidade e estão fazendo coisas com valor inestimável.” 

Entre os momentos de maior impacto, a fotógrafa diz que foi durante a visita ao Lar da Criança. “Tinha uma menina que tinha sido tirada dos pais por abuso, aos 3 anos, e tinha chegado lá sem andar. Tenho uma foto em que ela está voltando a andar, com o cuidado das mães sociais. Então são fotos muito fortes, de profundo sentimento e reflexão captados nessas visitas”, relata.  

Em alguns casos, ela precisou buscar imagens subjetivas, já que não poderia mostrar as crianças de forma direta. “Tem o caso do balanço, do abrigo das crianças que não podem voltar para os pais, e vivem lá com as mães sociais. Representa solidão, ela não tem ninguém para ajudá-la.”  

No Recanto Nosso Lar, Camila chegou para fazer as fotos no dia de uma festa junina. “Os idosos estavam lá tendo festa, com música, todos vestidos de caipira, com alimentação farta, só que vários deles estavam com semblantes tristes. “Pois eles não querem festa, querem a família.”  

Outro projeto citado por ela é o Capim, na Fazenda Experimental, na área de agronegócio e com foco na sensibilidade. “O projeto Visão do Futuro, de Tabapuã, também é fantástico, eles têm a horta social que eles plantam e distribuem verduras e legumes a famílias carentes”, relembra Camila, citando, ainda, as Apaes de Catanduva e Palmares Paulista e o Corujas do Bem.   

“São imagens muito representativas, a gente foi a fundo, tive o privilégio de poder conhecer e entender as peculariedades de cada instituição social que é assistida pela Arcos. E é muito amplo, cada uma no seu segmento, mas com trabalhos de valores inestimáveis”, completa.  

MOSTRA E VENDA  

O projeto resultou em um banco com 10 a 15 mil imagens, que ficará sob cuidados da Arcos. Há a previsão de uma mostra fotográfica e também a comercialização de algumas delas, talvez por meio de leilão, com renda revertida às entidades assistidas pela Arcos.   

O professor e escritor Mario Sergio Cortella, após a palestra que reuniu mais de 1,4 mil pessoas no Clube de Tênis, na semana passada, recebeu da Arcos um dos quadros produzidos pela fotógrafa catanduvense. Ele teve a possibilidade de escolher qualquer imagem, e preferiu a das bolinhas de gude, feita na Creche Irmã Sheila. “Ele está ensinando o netinho a jogar”, explica.  

Camila diz que o trabalho prosseguirá. “A gente ainda vai decidir o futuro dessas fotos, para dar continuidade a esse projeto, que foi de muito coração, com muito amor envolvido. Essas fotos são puro sentimento.” 

 

Foto: LUCAS SILVA - Camila Belchior entregou um dos quadros ao palestrante Mario Sergio Cortella

Autor

Guilherme Gandini
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