Esta terça-feira, 15 de outubro, é especial. Hoje é dia de homenagear aqueles que dedicam a sua vida a ensinar. Desde a infância até a idade adulta, nós sempre precisamos deles, os professores. Você já parou para imaginar que a Pedagogia é a base fundamental para todas as demais profissões que existem no mundo? Sim, afinal, sem ela, como seríamos médicos, dentistas, engenheiros, jornalistas, veterinários, químicos, arquitetos?
Mas quais serão os desafios que os professores enfrentam na hora de educar? Por que escolher uma profissão em que você, no Brasil, ainda é tão desvalorizado, apesar de tanta responsabilidade? Procuramos pelos mestres para saber as respostas.
A professora aposentada Tânia do Espírito Santo destaca inúmeros desafios que os educadores enfrentam para que a educação evolua no Brasil. “Dentre os desafios que a educação enfrenta, eu destaco a desigualdade de oportunidades entre os diferentes perfis de estudantes e escolas, particulares e públicas; a evasão escolar, já que muitos abandonam o ano letivo por não conseguiram acompanhar as aulas e outros deixam a escola para trabalhar e ajudar na renda familiar. Tem também a violência na escolar, o bullying, o atentado de aluno contra professor, analfabetismo funcional, quando o aluno sabe ler e escrever, mas não sabe interpretar. Falta de investimento em inovação. A tecnologia também veio para ficar, é uma fonte de pesquisa, mas é um desafio agregá-la junto aos jovens”, analisa Tânia.
Há 32 anos, Christiany Barrionuevo Scaldelai trabalha arduamente com a alfabetização. Ela acredita que a tecnologia também seja um desafio hoje para os professores. Afinal, como fazer com que as crianças sintam interesse em ficarem sentadas ouvindo sobre Português e Matemática, por exemplo, quando se tem tudo ao toque de um botão?
Assim como Tânia, Christiany foi influenciada pela mãe, que também era professora, na hora de escolher a Pedagogia. “A minha era professora e eu sempre gostava de vê-la levando as coisas para casa, preparando a aula. Naquela época, usava-se o mimeografo, porque não existe computador e tão pouco a internet. Então, eu me espelhei na minha mãe, pois ela fez com muito amor e paixão”, recorda.
Tânia afirma que nunca pensou em desistir de sua missão de ensinar, mesmo nos dias mais difíceis. “Toda profissão tem os bons e mais dias. Mas sempre dei meu melhor, me fazer entender. Sempre tentei me colocar no lugar dos alunos. Creio que, na maioria das vezes, deu certo. Foram 36 anos dedicados à educação com muito amor, determinação. Sempre gostei muito de estar com as crianças, as matérias trabalhadas. Eu me encontrei sendo professora.”
A profissional da Rede Municipal de Catanduva, Nathalia Bezerra, pedagoga e especialista em Alfabetização e Letramento, articuladora Renalfa, fala quando seu maior desejo para o Dia do Professor: valorização.
“Meu maior desejo é que a sociedade nos respeite, nos valorize, reconheça. Costumo dizer uma frase que é assim: ‘A educação é uma arte, que demanda recursos que só um tipo de pessoa é capaz de cumprir, aquela que ama ensinar’. Este ano, eu completo 17 anos de magistério e a força motriz do meu trabalho é saber que ele tem um poder transformador, que eu consigo transformar a vida dos meus alunos.”
A data que homenageia os professores tem sua origem no decreto de Dom Pedro I, emitido em 15 de outubro de 1827, estabelecendo diretrizes para o Ensino Elementar no Brasil, como a criação de escolas de primeiras letras em todo o país e a regulamentação do salário dos docentes. No entanto, o reconhecimento oficial da data só ocorreu em 1963, com o Decreto Federal nº 52.682, do presidente João Goulart, que consolidou o dia 15 de outubro como feriado escolar e incentivou a realização de eventos que valorizassem a profissão docente.
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