Produção de laranja cai 2,22% no cinturão que envolve Catanduva
Condições climáticas desfavoráveis foram fator determinante para a redução, segundo especialista da Fundecitrus
Foto: Arquivo/Agência Brasil - Agravamento do greening e colheita mais acelerada causaram impacto na produção
Por Da Reportagem Local | 18 de abril, 2024

A safra de laranja 2023/24 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, que engloba a região de Catanduva, terminou com 307,22 milhões de caixas de 40,8 kg, mantendo o valor projetado na revisão de dezembro de 2023. O resultado foi anunciado pelo Fundecitrus.

A produção desta temporada foi 2,22% menor em comparação com a safra anterior, que atingiu 314,21 milhões de caixas, e ficou 0,69% abaixo da primeira estimativa, de maio de 2023.

As condições climáticas desfavoráveis foram fator determinante para a redução da produção em relação à expectativa inicial, conforme explica o coordenador da Pesquisa de Estimativa de Safra do Fundecitrus, Vinícius Trombin.

“A transição do primeiro semestre chuvoso em 2023 para um déficit de precipitação no segundo semestre, que se prolongou até o fim da temporada em 2024, impactou a produção das laranjeiras. A precipitação média no cinturão nesse período caiu significativamente, enquanto as temperaturas subiram muito desde a chegada do fenômeno El Niño em junho do ano passado, o que levou a uma maior evapotranspiração e à redução da umidade do solo”, detalha.

Além disso, o agravamento do greening e a colheita mais acelerada nesta temporada, o que encurtou o período de desenvolvimento das laranjas, também trouxeram impacto.

“A combinação desses fatores resultou em frutos de tamanhos menores do que o esperado das variedades de meia-estação e tardias. E embora o ritmo acelerado da colheita tenha prejudicado o crescimento das laranjas, também teve um efeito positivo, ajudando a reduzir as perdas de frutos causadas por queda prematura”, comenta Trombin.

CENÁRIO ATUAL

O ritmo mais acelerado de colheita foi uma estratégia para diminuir a taxa de queda de frutos e reduzir as perdas na produção, no entanto, a taxa de queda de frutos ainda permaneceu acima dos níveis históricos, especialmente devido ao impacto do greening.

A taxa acumulada desde o início da safra foi de 19,0%, e a perda de produção resultante da queda prematura de frutos foi estimada em 72 milhões de caixas.

Dentre os motivos da queda de frutos, o principal nesta safra foi o greening, 8,35% dos 19% totais, o que representa 32 milhões de caixas que caíram prematuramente. Em seguida, dentre as pragas e doenças, vieram o bicho-furão e as moscas-das-frutas (juntos, 5,05%). Em terceiro, a categoria que abrange a queda natural (2%) e a mecânica (1%), seguidos por outros fatores.

Em relação ao tamanho médio dos frutos colhidos de todas as variedades, foram necessários 255 frutos para compor uma caixa de 40,8 kg, indicando aumento de oito frutos em relação à estimativa feita em maio. O peso médio foi de 160 gramas, inferior ao inicialmente previsto de 165 gramas, e também menor do que o peso médio dos últimos 10 anos, que é de 163 gramas.

A Pesquisa de Estimativa de Safra é realizada pelo Fundecitrus em parceria com a Markestrat, e professores titulares da FEA-RP/USP e FCAV/Unesp.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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