O Conselho Municipal dos Direitos LGBTs de Catanduva passou a ser presidido por Beatriz Rodrigues da Silva, 32, eleita na última reunião ordinária do órgão, em 25 de julho. Mulher preta, gorda, lésbica e de periferia, ela é técnica de enfermagem e fundadora do Coletivo Axé Catanduva, além de idealizadora e organizadora do Encontro de Religiões de Matrizes Africanas.
Nesse breve período no cargo, teve a confirmação de que a cidade terá, em novembro, a 1ª Conferência Municipal dos Direitos das Pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queers, Intersexos, Assexuais e Outras - LGBTQIA+ - o que classifica como uma conquista histórica.
Ao jornal O Regional, Beatriz falou sobre as atribuições do conselho e sua liderança rotativa. “O Conselho Municipal tem uma história de atuação dedicada à comunidade LGBTQIA+. Muitas pessoas contribuíram de forma importante nesse papel de liderança antes de mim. Mas é importante lembrar que o Conselho é sobre o coletivo, sobre a comunidade, por isso a liderança é sempre rotativa, garantindo a ampliação do alcance e inclusão de diversas vozes nesse espaço.”
Ela diz que seu objetivo é fortalecer a atuação do conselho a partir da ampliação da visibilidade e maior articulação com coletivos, movimentos sociais e sociedade civil. “Construir um diálogo contínuo com a população e entidades governamentais e não governamentais, promovendo parcerias que fortaleçam nessas ações. A união e a colaboração serão as marcas desta nova fase.”
Beatriz reforça que o primeiro grande marco dessa direção é justamente a realização da 1ª Conferência Municipal. “Essa será a primeira vez que a comunidade LGBTQIA+ terá tamanha abertura institucional para pensar políticas públicas direcionadas. Isso é muito importante para nós, que ainda sofremos com tanta intolerância e preconceito”, pontua.
Além de debater e construir políticas públicas, o evento definirá delegados para representar a cidade nas etapas estadual e nacional da conferência convocada pelo Ministério dos Direitos Humanos. “É um momento importante para Catanduva e esperamos acolher toda a diversidade nesse debate.”
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