Prefeitura ‘esquece’ de buscar pessoas com deficiência no Alpino
Patrícia e Jaime acionaram serviço de ambulância para utilizar a Academia da Saúde, mas reclamam da falta de humanidade
Foto: Arquivo Pessoal - Patrícia e Jaime tiveram problemas com ambulâncias da Saúde por duas vezes
Por Guilherme Gandini | 14 de fevereiro, 2023

Dois moradores do Cidade Jardim denunciam o descaso da Prefeitura de Catanduva com as pessoas com deficiência que utilizam os serviços da Central de Ambulâncias. Eles agendaram horários na unidade de saúde para se deslocarem até a Academia da Saúde do Jardim Alpino, mas tiveram decepção em duas tentativas recentes. Em uma delas, eles foram esquecidos.

Patrícia e seu acompanhante Jaime contam que o primeiro caso ocorreu no dia 1º de fevereiro. Eles foram transportados até o local, mas na hora do retorno, o veículo não apareceu. Eles aguardaram das 10h30 até as 15 horas e, nesse tempo, foram feitos cinco chamados pela equipe do postinho. Sem resposta e sem saída, eles solicitaram um carro acessível por aplicativo.

“Pra não ficarmos lá até o fechamento da unidade, pois fatalmente seria isso que iria acontecer, solicitei um carro por aplicativo especializado para cadeirante, pois a cadeira da minha acompanhante é motorizada e não pode ser transportada em qualquer veículo”, relata Jaime.

Ele afirmou que a situação foi vexatória e humilhante. “Quando a gente solicita o transporte, se a prefeitura nos leva, ela tem que buscar. Foi uma situação super constrangedora”, lamentou.

Nesta segunda-feira, 13, eles foram transportados com a ambulância adaptada para cadeirante, mas na volta apareceu lá uma ambulância convencional. A explicação dada foi que o outro veículo estava em viagem e que as outras ambulâncias acessíveis para cadeirantes estão quebradas. “A cadeira não cabe no transporte, não é um veículo adaptado para isso.”

Com esforço e a ajuda de duas pessoas, a cadeira foi encaixada no carro. “É uma cadeira de rodas motorizada, depois se danifica algum equipamento, será que a prefeitura vai pagar? E a conta que nós gastamos, será que a prefeitura paga? Não é pelo valor, porque o valor da dignidade não tem preço, é pelo vexame que a gente passou e passa até hoje.”

Jaime diz que os gestores da Secretaria de Saúde não têm postura humanitária. “Eles não passam o que gente vive todo dia. Fazem as coisas de qualquer jeito. Alguém precisa fazer alguma coisa para que eles nos tratem com dignidade ou então que seja cobrada da pessoa que coordena um pouco mais de humanidade. Ou então que seja feita a exoneração dessa pessoa.”

Ele fez questão de alertar o prefeito Padre Osvaldo (PSDB) que deficiente físico também vota. “Nós somos votantes, pagamos impostos e merecemos respeito. Vamos cobrar das autoridades para que as coisas sejam feitas como se deve fazer. Somos seres humanos e merecemos respeito”, desabafou.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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