A Prefeitura de Pindorama resolveu antecipar a aplicação do piso nacional da enfermagem. A lei federal que instituiu os novos salários para os profissionais da categoria determina que os municípios têm prazo até janeiro do ano que vem para adotarem as faixas de rendimento.   

Porém, o prefeito Geraldo Felippe Júnior (Republicanos) optou por enviar um projeto de lei para a Câmara Municipal, instituindo o piso da enfermagem no município. A prefeitura também reajustou salários de diversos cargos do serviço público, como diretor e coordenador escolar, controlador interno, contador, agente fiscal, assessor pedagógico e contador, entre outros.    

O novo piso nacional do magistério, que entrou em vigor em todo o país, por conta de uma lei federal, também é aplicado na rede municipal de ensino de Pindorama. Um fato que vem ocasionando certa polêmica na cidade é o reajuste de 39% nos salários dos secretários municipais.    

Júnior, porém, justifica a medida. De acordo com ele, a adoção dos pisos da enfermagem e do magistério fez com que os salários dos ocupantes dos cargos de chefia ficassem defasados em relação aos dos comandados.    

No caso dos professores, por exemplo, o salário básico subiu para quase R$ 3,9 mil, enquanto o coordenador escolar estava em R$ 2,9 mil. Na avaliação do prefeito, se a situação permanecesse, seria impossível encontrar profissionais de educação dispostos a aceitar o cargo de chefia. “Eles acabariam preferindo retornar ao cargo de professor, que paga mais”, afirma.    

Na saúde, a situação se repete. Antes do reajuste aprovado pela câmara, secretários municipais recebiam salário de pouco mais de R$ 4,8 mil. Enquanto isso, com a adoção do piso da enfermagem, o rendimento básico de um servidor formado na área chegaria de R$ 4.750 - com a vantagem de receber auxílio-alimentação no valor de R$ 500, benefício que não é concedida aos ocupantes das secretarias.    

QUEIXAS   

Grupos contrários ao prefeito fizeram circular críticas ao projeto dos reajustes, que foi sancionado nesta semana e já está em vigor. Inclusive, com direito a ameaças de paralisação na próxima segunda-feira.   

A reportagem de O Regional apurou, no entanto, que nenhuma entidade sindical reivindica tais mobilizações. Júnior defende que os reajustes para os cargos de alto escalão são necessários. “Se eu não fizer assim, fico sem ninguém para minha equipe”, afirma.    

MELHORIAS 

De acordo com ele, o governo tem procurado beneficiar os cargos que têm menores salários. Ele lembra que, no início deste ano, foi concedido reajuste salarial superior a 10% a todos os cargos, além de aumento de R$ 125 no tíquete-alimentação, que hoje está em R$ 500.    

“Os menores salários foram os maiores beneficiados com essa medida”, diz ele. De acordo com o prefeito, os rendimentos dos servidores estão defasados há vários anos. “Minha intenção é corrigir esse problema, beneficiando todos os níveis do funcionalismo. Mas isso não tem como ser feito do dia para a noite. Aos poucos, vamos resolver essa situação”, afirma.