Prefeitura confirma fim das atividades em duas entidades conveniadas
Educandário José Zancaner e Creche Antônio Nelson Zancaner devem ter alunos acolhidos por outras instituições a partir de janeiro
Foto: O REGIONAL - Educandário José Zancaner atende cerca de 120 crianças da Educação Infantil
Por Guilherme Gandini | 17 de setembro, 2022
 

A Prefeitura de Catanduva confirmou que duas entidades conveniadas à Secretaria Municipal de Educação terão suas atividades encerradas ao final deste ano: o Educandário José Zancaner e a creche Antônio Nelson Zancaner. No primeiro caso, foi um processo programado, a pedido da direção da instituição. No outro, a decisão do poder público pegou os gestores de surpresa.  

A mudança no atendimento às crianças da Educação Infantil foi anunciada pelo prefeito Padre Osvaldo no início da semana, em reunião com professores e a secretária de Educação Cláudia Cosmo. O tema também foi abordado por ele em postagem nas redes sociais. As creches estavam ligadas à direção das escolas municipais Cênica Bochi e Dora de Arruda Mendes.   

Questionada sobre o que motivou as mudanças, a PrefeItura indicou “razões administrativas das próprias entidades e prediais” e afirmou que precisou intervir para garantir o atendimento da demanda e, para isso, buscou outros espaços. Um deles é o Lar da Criança Lola Zancaner, que assumirá parte dos alunos. Outras ações, segundo o governo municipal, estão em análise.  

No Educandário José Zancaner, o clima é de tranquilidade com a decisão tomada ao longo do ano, em assembleias com diretores e reuniões com a comunidade escolar. Giselda Pereira da Silva Rodrigues e Leandro Silva Rodrigues, diretores da Associação das Senhoras Espíritas, afirmam que a falta de auxílio público e a redução dos voluntários levou ao fechamento.  

“Minha mãe se dedica há 21 anos a essa instituição e, durante todo esse tempo, precisamos buscar ajuda da iniciativa privada e vender tortas para manter as contas em dia”, conta Leandro, enquanto indica números: são 120 crianças atendidas, mais de 20 professores e cerca de R$ 12 mil em despesas fixas. Ele diz, orgulhoso, que a escola está estruturada e não possui dívidas.  

CORUJAS DO BEM  

Quando eles decidiram que não seria mais possível conduzir o educandário, realizaram assembleia com a diretoria, em março. “Alguém quer assumir? Perguntei, mas ninguém quis”, conta o gestor. “Como temos muito amor por isso tudo, procuramos entidades congêneres, mas nenhuma se prontificou. Até que, por uma luz divina, surgiu o Corujas do Bem.”  

O projeto citado por ele, que funciona no Jardim Alpino, atende cerca de 50 crianças autistas e com outras síndromes. A preocupação com a inclusão, diz Leandro, já era recorrente – a escola tem 11 alunos autistas. “Foi um desfecho lindo para nossa entidade e para Catanduva, a cidade ganhará uma escola dedicada à inclusão. Essas crianças terão tratamento adequado”, celebra. 

NO SUSTO  

A reportagem do jornal O Regional apurou que a creche Antônio Nelson Zancaner, que divide muro com o educandário, na Travessa Analândia, vivencia situação totalmente distinta.

Os gestores da entidade, teriam sido informados sobre o fim da parceria com a Secretaria de Educação de forma repentina. Sem o apoio, a manutenção da instituição ficaria inviável. Eles preferiram não se manifestar sobre o caso até o fechamento desta edição.

 

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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