Os cartórios de Catanduva emitiram 1.144 certidões de nascimento de janeiro a junho deste ano, com alta de 4,4% na comparação com o mesmo período de 2021, que teve 1.095 registros e terminou com o menor índice da série histórica iniciada em 2015. O levantamento foi feito pelo Jornal O Regional no Portal da Transparência do Registro Civil, que reúne dados de todo o país.
A análise mês a mês revela que junho foi o mês com mais nascimentos no município: foram 196 em janeiro, 172 em fevereiro, 186 em março, 175 em abril, 200 em maio e 215 em junho.
Apesar do aumento com relação ao ano passado, o número de nascimentos no primeiro semestre de 2022 não suplanta sequer o primeiro ano da pandemia, 2020, que teve 1.204 registros, tampouco 2019, quando nasceram 1.245 crianças nos mesmos seis meses. Se mantida a média mensal, porém, representará a retomada após dois anos com índices em queda na pandemia.
Recuperando o histórico de nascimentos ano a ano e levando em conta os 12 meses do ano, é possível verificar que, em 2015, foram 2.300 registros e, no ano seguinte, 2.239. A partir daí, houve aumento gradual nos três anos seguintes: foram 2.361 em 2017, 2.378 em 2018 e 2.442 em 2019.
Depois, o impacto do novo coronavírus pode ter sido o causador da derrubada dos números. Conforme os registros de natalidade, o ano de 2020 terminou com 2.262 nascimentos, redução de 7,37% na comparação com 2019, e 2021 colocou 2.155 bebês catanduvenses no mundo – o que representa queda de 4,7% com relação a 2020 e de 11,7% diante de 2019, antes da Covid-19.
A analista de cadastro Ariany Monisy Basílio de Souza, 37 anos, é uma das mamães que vivenciou a gestação durante a pandemia, apesar de não ser de primeira viagem. Lara nasceu há seis meses e foi bem recebida pelo irmãozinho Filipe, de 5 anos. “Ela foi promessa de Deus na nossa vida, um presente, tivemos essa revelação”, celebra ao lado do marido Mateus Átila, de 31 anos.
A gravidez em meio à pandemia, pouco antes do lockdown na cidade, em 2021, exigiu cuidados especiais. “Isso me assustou um pouco, porque você fica com medo como o feto poderá nascer se você pegar Covid e eu já tenho um filho especial, com pé torto congênito, por mais que ele já esteja em tratamento, então foi sim um momento delicado, em que eu não saía de casa por nada.”
Nas raras vezes em que foi à igreja, ao shopping ou algum lugar junto do filho Filipe, Ariany lembra que a insegurança era grande. “Tinha medo de adiantar a gestação, de pegar Covid e a Lara vir com alguma coisa. Mas, ao mesmo tempo, a gente não vivia em função disso 24 horas”, confidencia.
Depois do nascimento da pequena Lara, em 9 de janeiro de 2022, veio o receio das visitas. “O pessoal foi super bacana, as pessoas por si só não vinham, mandavam mensagem, entenderam que era um momento cauteloso e, recentemente, peguei Covid e foi um choque por ela ter apenas 6 meses. É uma preocupação muito grande porque a gente não sabe, não conhece bem esse vírus.”
Ariany diz que a maternidade, por si só, já deixa as mamães malucas e que, com a Covid-19, ficou pior. “A gente já surta por inteiro e o vírus ajudou a gente a ficar um pouco mais surtada”, brinca, completando que não é possível deixar de viver. “Filho é bênção, é tudo na vida da gente. Amo mais que tudo. Precisa coragem e vontade, mas é possível planejar e ter filhos em meio à pandemia.”
Número de nascimentos em Catanduva
Ano |
Nascimentos |
2015 |
2.300 |
2016 |
2.239 |
2017 |
2.361 |
2018 |
2.378 |
2019 |
2.442 |
2020 |
2.262 |
2021 |
2.155 |
Fonte: Portal da Transparência do Registro Civil
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