"Políticos, em regra, precisam da corrupção para se reelegerem", diz Monica Rosenberg
Advogada especialista no combate à corrupção esteve na redação do Jornal O Regional e apresentou livro sobre o tema
Foto: GUILHERME GOULART - Monica Rosenberg afirma que, com os níveis atuais de corrupção, é impossível resolver os problemas do país
Por Guilherme Gandini | 06 de agosto, 2022
A candidata a deputada federal Monica Rosenberg, do Partido Novo, esteve na redação do Jornal O Regional esta semana para entrevista sobre sua trajetória de luta contra a corrupção e o livro recém-lançado 'Somos todos corruptos? Pequeno manual do ético-chato'. A entrevista em vídeo completa está disponível nas redes sociais do Jornal O Regional.
Formada em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), ela fez especialização na International Anti-Corruption Academy (IACA), em Viena. Em 2015, foi uma das fundadoras do Instituto Não Aceito Corrupção (INAC), organização da sociedade civil que atua no fomento à pesquisa, políticas públicas, educação e mobilização para redução da corrupção no país.
Em 2018, Monica Rosenberg obteve mais de 35 mil votos, sendo a primeira suplente da legenda na Câmara Federal. Além disso, no Congresso Nacional, foi secretária executiva da Frente Parlamentar Ética Contra a Corrupção, coordenando a mobilização social que culminou em 700 mil assinaturas em apoio à PEC 333, que propunha o fim do Foro Privilegiado.
“Faz mais de 10 anos que eu estudo e atuo no combate à corrupção. O Brasil tem muitos problemas que precisam ser resolvidos: saúde, segurança, educação, são infinitos os problemas a serem atacados, gerar emprego e renda, um plano pós-Covid, só que com os níveis de corrupção que a gente tem hoje, é impossível falar em resolver esses problemas”, declarou.
Devido à corrupção, afirma, o dinheiro que poderia solucionar essas questões vai “para o ralo, para o bolso de quem está roubando”. Além disso, há a má gestão. “Tem muita gente que está ali tomando decisão e que foi colocado ali porque eles roubam, porque estão desviando. Então essas duas coisas têm a corrupção na sua base e a gente precisa atacar esse problema.”
A especialista garante que a principal ferramenta para reduzir a corrupção é a educação, já que se trata de um problema cultural. “Não é uma operação policial que vai resolver esse problema, é a educação, a conscientização, é a sociedade entender o que ela pode fazer”, pontua.
Outra bandeira defendida por ela é que a comunidade ocupe o espaço da política. “Nós deixamos a política para quem entende e o que eles fizeram foi se servir dela. E nós como população acabamos sendo afastados de algo onde a gente tinha que estar controlando. O povo manda no governo. O povo é o dono do poder. Como a gente deixou a política para eles?”
Além disso, Monica diz que estudos mostram que a presença de mulheres no governo reduz a corrupção. “É colocar mulheres competentes, preparadas e honestas dentro das esferas de decisão. No Legislativo e Executivo. Países que têm mais mulheres têm índices menores de corrupção. A mulher inibe o esquema, ela constrange os homens. Isso funciona.”
LIVRO GRATUITO
Monica Rosenberg é autora do livro 'Somos todos corruptos? Pequeno manual do ético-chato', que está disponível para download gratuito em seu site www.monicarosenberg.com.br, um guia prático, direto e conectado às questões atuais, voltado às pessoas que sentem vontade de agir para reverter a cultura de corrupção, mas não sabem por onde começar.
“Todo mundo é contra a corrupção. Se você pergunta para qualquer brasileiro: você é a favor da corrupção? Ninguém vai dizer: sou, eu acho ótimo. Mas aí você pergunta: o que você está fazendo para reduzir a corrupção? E as pessoas não estão fazendo nada, até porque elas não sabem como. Elas vão te responder que estão esperando a política, os políticos...”, expõe.
O problema, segundo ela, é que os políticos não vão fazer mudanças. “Os políticos gostam da corrupção. Eles precisam dela para continuar se reelegendo. Tem exceções, tem político bom, honesto. Mas a regra é aqueles que estão ali para se eternizar no poder para continuar nos roubando.”
Neste sentido, o livro traz caminhos. “Mostra como você pode, na sua vida, fazer a diferença. Tem jeitos de você valorizar a pessoa que é honesta. Aqui no Brasil o honesto é trouxa. A gente precisa quebrar isso, você tem que ter orgulho de ser honesto. Quem mostra que está errado, é considerado chato, mas se todo mundo começar a ser esse chato, a gente vira isso.”
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