Quando um cliente ligou na noite de segunda-feira, 15, cobrando a entrega de uma pizza que não estava na lista de pedidos, e que até já estava paga via pix, foi que o empresário Ademar De Santi percebeu que havia alguma coisa errada. Na conversa telefônica, a pessoa revelou que fez contato via WhatsApp e pagou de forma antecipada. O atendente, na verdade, era um golpista.

Naquela data, vários estabelecimentos de alimentação de Catanduva tiveram seus cadastros no Google alterados de forma criminosa. Foram adicionados telefones que possibilitavam o contato com os bandidos. No caso da pizzaria de Ademar, os números habituais exibidos ali são telefones fixos, mas naquele dia havia um celular. Quem não era cliente habitual, tornou-se presa fácil.

“O cliente fez contato naquele número de celular, fez seus pedidos e pagou utilizando uma chave pix aleatória. Explicamos que nunca exigimos pagamento antecipado e que nosso pix é o CNPJ da empresa. Conferimos de imediato no Google e vimos que, realmente, aquele não era o nosso número de telefone”, conta o empresário, que decidiu registrar boletim de ocorrência.

O telefone cadastrado no Google foi corrigido naquela mesma data, mas mais uma vez alterado para outro número de celular dois dias depois, na quarta-feira. Ao constatar isso, Ademar manteve diálogo com o estelionatário via WhatsApp, passando-se por um cliente, e confirmou que a estratégia é o pix antecipado – negando envio de máquina de cartão ou o pix no local.

Em outra pizzaria da cidade, o empresário Clodoaldo Oliveira recebeu uma família que teria reservado mesa utilizando o WhatsApp falso exibido na página do Google. Ao pagar a conta, o cliente informou que já havia antecipado R$ 145, mas logo descobriu que havia sido vítima de um golpe. “Nunca pedimos qualquer pagamento adiantado para reservar mesa”, alerta.

PREOCUPAÇÃO

Diante das ações criminosas envolvendo restaurante se pizzarias, a Associação Alimentação Forte, que congrega grande número de estabelecimentos da cidade, decidiu preparar campanha de orientação aos clientes, a fim de evitar que mais pessoas se tornem vítimas.

“Nós do setor gastronômico de Catanduva vemos essa situação com muita preocupação. Além de gerar diversos prejuízos para os clientes e para os estabelecimentos, gera uma situação de desconfiança e isso não é bom para nenhum dos lados”, lamenta Gustavo Pena, vice-presidente da entidade.

Ele pontua que esse cenário tende a elevar custos para os empresários, que tendem a investir em novas tecnologias e reforçar a atenção para o controle dos dados e cadastros virtuais. “Além de todas as preocupações que a gente tem no nosso dia a dia, agora é mais uma coisa que a gente tem que estar atento.”

Ele reforça o alerta para que as pessoas, antes de fazerem qualquer pagamento, verifiquem se estão realmente falando com a empresa pretendida, confirmem os dados, se está saindo o nome do estabelecimento ao fazer o pix e evitem ao máximo fazer pagamentos antecipados.