Catanduva e toda a região estão sob seca severa, conforme os dados do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Os índices de umidade relativa do ar seguem bastante baixos, condição que, associada à irregularidade das chuvas abaixo da média e as grandes amplitudes térmicas, que é a diferença entre a temperatura mínima e a máxima, afeta a fisiologia das plantas, interferindo diretamente em seu desenvolvimento.
A informação é do engenheiro agrônomo Fabio Catelan, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati). Ele destaca que todas as culturas estão sofrendo com as condições climáticas, em especial a olericultura, que são as hortaliças e as frutas.
“Tem trazido grandes problemas para os produtores rurais e isso já desde o ano passado, onde a gente verificou um regime de chuvas fora do normal e vem se agravando também nesse ano. Esse problema climático tem afetado todas as culturas em nossa região, desde a cana de açúcar até os cereais, as áreas de soja e de amendoim, mas as culturas mais afetadas são as frutíferas e olerícolas, que são mais sensíveis”, explica.
O principal artifício para amenizar esses efeitos é o manejo racional da irrigação. Os produtores de hortaliças têm apostado no uso de estufas para criar ambiente mais favorável à produção.
“Para tentar contornar esses problemas climáticos no manejo de sua lavoura, os produtores têm utilizado de alguns artifícios, de alguns mecanismos, principalmente as lavouras perenes, a gente está fazendo a recomendação do uso racional da irrigação, principalmente localizada por micro gotejamento ou microaspersão, onde o uso da água é colocado exatamente onde ela precisa, sem desperdício, e assim o produtor consegue ter uma produção viável”, pontua.
Outro recurso é a adoção de telas de sombreamento, que reduzem a incidência do sol nos horários mais quentes, evitando a incidência direta do sol nas plantas, junto à irrigação localizada. “Onde o cultivo é intenso, então consegue viabilizar a produção nessas áreas.”
O resultado é que a conta pode ficar mais cara para os consumidores, uma vez que a condição pode afetar a disponibilidade e o preço dos produtos. O cenário pode mudar com a chegada da La Niña, que pode reforçar a formação de chuva e minimizar a estiagem em todo o país. No entanto, ela deve começar em agosto e, para que tenha impacto significativo, precisa ser intensa. Ainda assim, a previsão é que com a sua chegada, a situação só melhoraria em seis meses.
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