A Prefeitura de Catanduva concretizou no final de agosto sua reestruturação administrativa, o que incluiu a reorganização de cargos e salários. A norma sancionada pelo prefeito Padre Osvaldo (PSDB) criou cargos e secretarias e redefiniu a nomenclatura de vários órgãos, além de suas funções e cargos em comissão. Até os extintos cargos de assessores foram recuperados.
As autarquias ligadas à administração municipal, entretanto, precisam de leis próprias para concretizar suas reestruturações e, de lá pra cá, o Instituto de Previdência dos Municiários de Catanduva (IPMC) e a Superintendência de Água e Esgoto (Saec) conseguiram as suas. As duas leis foram enviadas em conjunto à Câmara e sancionadas no dia 26 de setembro.
Mesmo tendo passado quase três meses desde a reestruturação, o Instituto Municipal de Ensino Superior (Imes) não fez sua parte, levatando dúvidas e preocupação entre seus servidores. “Trabalho no Imes, que é uma autarquia municipal, e a instituição não apresentou o seu plano de cargos e salários até hoje. Há pouco mais de um mês, o diretor comentou em reunião que isto seria resolvido logo e que em outubro seria pago o novo valor de salário, bem como o valor retroativo de setembro”, denuncia um dos funcionários, que preferiu não se identificar.
O trabalhador ainda teme que a história se repita. “Em 2015 houve um dissídio e nunca ocorreu o pagamento do novo salário”, lembra ele, fazendo referência ao imbróglio ocorrido durante a gestão do ex-prefeito Geraldo Vinholi (PSDB), cuja dívida milionária com o funcionalismo municipal foi paga pelo poder público somente no ano passado.
Questionado, o Imes manifestou-se em nota: “O Imes é uma autarquia e possui independência funcional. Existem estudos que estão sendo realizados a fim de analisar e adequar a estrutura do Instituto nos termos da reestruturação realizada na Prefeitura. Assim, por ser um órgão desvinculado requer estudos mais aprofundados para manter as correlações de salários e funções equivalentes. Tão logo os estudos estejam finalizados o Imes proporá as necessárias alterações.”
FOI E VOLTOU
Em levantamento no site da Câmara, O Regional constatou que o prefeito Padre Osvaldo chegou a encaminhar projeto de lei complementar à Câmara de Vereadores para equiparação dos vencimentos dos servidores do Imes aos da administração direta. O protocolo foi feito em 22 de setembro, mas no dia 27 daquele mês o chefe do Executivo pediu a devolução da proposta.
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