O prefeito Padre Osvaldo (PSDB) aproveitou o feriado municipal de 14 de abril, aniversário de Catanduva, para reabrir a pista de skate do Conjunto Esportivo Anuar Pachá, que leva o nome de César Peres Soto. A ação foi bem discreta, sem qualquer tipo de cerimônia oficial.
O espaço público ficou fechado por mais de seis meses aguardando reforma prometida pela Prefeitura. Os frequentadores pleiteavam melhorias no piso, reforço na iluminação e a instalação de um bebedouro para facilitar o acesso à água.
“O espaço estava fechado para revitalização que envolveu equipes da Prefeitura. Nesta manhã, o prefeito conferiu o resultado dos trabalhos, juntamente com o secretário de Esportes Marco Braga, o comandante da GCM Cláudio Pereira e a vereadora Ivânia Soldati”, divulgou a Prefeitura.
Dentre as melhorias, segundo a administração municipal, o local teria recebido o bebedouro, pintura nova e iluminação. "Estamos atendendo a pedido dos atletas amadores. Outras melhorias estão por vir", destacou Padre Osvaldo.
Apesar da afirmação da Prefeitura, skatistas consultados pelo Jornal O Regional negaram que a iluminação tenha melhorado. “Todo esse tempo fechado e a única coisa nova é o bebedouro. Pintou para apagar as pichações e ligou as luzes novamente”, disse um dos frequentadores. “Só acendeu as luzes, não trocaram uma lâmpada sequer”, completou outro.
O termo “revitalização”, adotado pela Prefeitura nas redes sociais para se referir às melhorias no local, também foi alvo de ironias. “Se eu fosse um paciente e dependesse da revitalização do meu respirar por parte dessa administração... eu estaria morto”, criticou um esportista.
A situação da pista de skate foi tema de reportagem do Jornal O Regional no dia 3 de abril. Na ocasião, skatistas reivindicavam a reabertura da pista e afirmavam que o longo tempo com o espaço fechado era retaliação da Prefeitura por protestos feitos no ano passado.
“A gente teve um encontro com Padre Osvaldo e a vereadora Ivânia para fazer as solicitações: banheiro, água, conserto do piso e outras coisas básicas para um espaço público. Eles disseram que fariam a reforma na pista. Passou o tempo e simplesmente passaram uma tinta, tiraram fotos e colocaram como se tivessem reformado”, relembrou a pedagoga Flávia Nunes, 41.
O fato teria ocorrido em fevereiro do ano passado, abrindo brecha para uma série de protestos. Em outubro, houve novo princípio de reforma, mas o prédio acabou sendo fechado. De lá pra cá, os usuários passaram a reclamar justamente da falta de diálogo com o poder público – fato que, segundo eles, ficou ainda mais evidente na “inauguração” sem público e sem skatistas.
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