O prefeito Padre Osvaldo (PL) confirmou em entrevista ao V1 Notícias, na rádio Vox FM, que a construção de viadutos e passarelas sobre a linha férrea já está definida e será executada pela Rumo Logística – e não um novo contorno ferroviário por fora do centro urbano. Ele esteve na emissora nesta segunda-feira, 25, para fazer balanço sobre seus mil dias de governo.
“A concessionária Rumo, quando fez a renovação do contrato com o Ministério de Transporte, assumiu o compromisso de trazer soluções para o tráfico de trens em algumas cidades, entre elas Catanduva, Rio Preto e Mirassol. Não significa mudar, tirar a linha férrea, significa melhorar a situação. E uma das alternativas era fazer um novo contorno”, explicou Padre Osvaldo.
Segundo ele, esse era realmente o primeiro projeto, quando ele assumiu o governo em 2021. “Nos apresentaram o projeto e nós questionamos, porque no projeto a linha férrea ia passar atrás do Parque Glória, a cidade já estava próxima. Fizemos uma nova proposta distanciando um pouco, passando próximo da Citrosuco”, relatou, dizendo que a empresa reavaliou o projeto.
Diante da situação de São José do Rio Preto que, segundo Padre Osvaldo, não tem área rural para que o novo contorno seja feito e forçaria a ferrovia a passar dentro de Cedral, Ipiguá ou Mirassolândia, a Rumo teria apresentado ao município vizinho proposta para manter a linha férrea dentro da cidade e decidiu fazer o mesmo em Catanduva.
Ele afirmou, ainda, que a construção de um novo contorno ferroviário em Catanduva teria como pontos negativos a proximidade com o núcleo urbano. “Até sair a linha, o novo trajeto, ali já vai ter cidade, então o problema vai continuar”, disse. O segundo ponto seriam as desapropriações. “Qual proprietário que tem a sua propriedade no perímetro urbano vai permitir de forma natural, sem criar burocracia, sem ir para a Justiça, que passe uma nova linha de trem, fazendo com que ele perca a propriedade, o valor da propriedade? E são vários [proprietários].”
Padre Osvaldo também citou a demora para a execução da obra como outro empecilho e, por fim, questionou o que seria feito com o trecho atualmente ocupado pelos trilhos na área central. “A linha férrea continua na cidade, ela não pertence ao município, eles não vão fazer doação para o município e vão utilizar, vão continuar utilizando, ela pertence ao governo federal.”
O QUE SERÁ FEITO
O prefeito de Catanduva garantiu que, pelo novo projeto pactuado com a Rumo, serão construídas seis passarelas para pedestres. Uma no Giuseppe Spina, outra na avenida Theodoro Rosa Filho, ligando o Solo Sagrado 2 à UPA e ao IML, a terceira no Jardim São Domingos, em frente ao Lago dos Ipês, a quarta na rua Florianópolis e rua 15, e a quinta na rua São Paulo.
“Cada passarela, seis milhões de reais. Então, a solução para os pedestres, através de grandes passarelas. E nós vamos construir uma sexta passarela, que será em frente ao shopping”, listou ele, detalhando que serão quatro passarelas e dois túneis – um no Solo Sagrado e outro no Jardim São Domingos, possibilitando redução de custos para fazer a passagem em frente ao Garden Shopping. “Cada túnel [vão custar] três milhões de reais”, esclareceu.
Para os carros, será construído um viaduto ligando a avenida Daniel Soubhia até a rua 15 de Novembro, na pista que passa ao lado da empresa Matilat. O novo viaduto também terá uma alça de acesso para quem transita pela rua 12 de Outubro e vai até a rua Goiás.
O segundo viaduto será construído ao final da rua 3 de Maio, na saída para a av. Virgílio Mastrocola, permitindo a ligação com a Vila São Luís e o acesso para a avenida Benedito Zancaner, em uma das alças, e possilitando o acesso ao centro pela avenida São Domingos, passando ao lado do Max Atacadista.
“Então são esses dois grandes viadutos com outras intervenções. E continua aberta a passagem da rua São Paulo, da Florianópolis, da 15. E sem nenhuma desapropriação”, reforçou ele, apontando que são áreas que o poder público detém e não utiliza atualmente.
Padre Osvaldo afirmou, por fim, que a Rumo vai construir gradil ao longo de 11 quilômetros da linha na área central, para fazer com que as pessoas utilizem as passarelas e não criem passagens clandestinas e que isso tudo faria com que a buzina deixasse de ser utilizada.
Ele disse que a obra vai começar pelas passarelas, com previsão para o próximo ano, e que, ao todo, serão investidos R$ 370 milhões na somatória de todas as obras dentro da cidade.
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