Open de Plastimodelismo volta a ser realizado em Catanduva após dois anos
Evento será no Clube da Velha Guarda no próximo sábado e domingo, dias 18 e 19, das 8h às 17h, com entrada franca
Foto: O REGIONAL - Em 2019, evento atraiu competidores de vários estados brasileiros e também do exterior
Por Guilherme Gandini | 11 de junho, 2022
Um dos eventos mais tradicionais de Catanduva volta a ser realizado no próximo final de semana, após dois anos de suspensão devido à pandemia. Trata-se da 23ª edição do Open de Plastimodelismo, que ocupará o Clube da Velha Guarda no sábado e domingo, dias 18 e 19, das 8h às 17h. A organização é do GPPC – Grupo de Pesquisa e Plastimodelismo de Catanduva.
“Estamos com expectativa muito grande em relação ao número de modelos e participantes, já que estamos há dois anos parados e agora que alguns grupos estão retomando os eventos. Acreditamos que receberemos de 400 a 700 modelos, mandamos muito convites e estamos tendo muito retorno”, comenta Reginaldo Martinez, 56 anos, um dos integrantes do grupo.
Os modelos vão chegar ao longo do sábado e serão recebidos até o domingo, ao meio-dia. O julgamento será às 14h30 e a premiação às 16h30, com troféus, medalhas e sorteio de prêmios. A entrada é franca para o público, apenas os expositores pagam a taxa de inscrição. Também está confirmada a participação de três lojas do ramo com venda de produtos.
Tradicional, o Open de Plastimodelismo foi realizado pela primeira vez no Sesc Catanduva e, já no segundo ano, mudou-se para o Sincomerciários, na rua Minas Gerais. O evento também passou pela Sociedade Ítalo-Brasileira e Ellos Academia até chegar à Estação Cultura, onde permaneceu por mais tempo. Há quatro anos, passou a ser realizado na Velha Guarda.
No evento, os trabalhos do GPPC, que é presidido por Antônio Aparecido Soares, não serão julgados. A disputa será somente entre as peças inscritas, vindas de fora. Da mesma forma, quando os integrantes do grupo local vão a outros eventos, aí sim concorrem aos prêmios.
O Open de Plastimodelismo de Catanduva compõe o calendário nacional da modalidade. “É independente, não envolve verba pública, andamos com as próprias pernas, é apenas a paixão pelo modelismo, reunir amigos, conhecer gente de fora e novas técnicas, trocar ideias, é assim que a gente sempre agiu. Medalhas e troféus estão em segundo plano”, enaltece Martinez.
O intuito, segundo ele, é divulgar o hobby pra que ele não não morra, já que o público jovem não vem demonstrando tanto interesse. “Enquanto estivermos vivos, vamos levantar essa bandeira do plastimodelismo. O último evento que fizemos, em 2019, tinha gente de Portugal, Chile, estados do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, além de 25 cidades de São Paulo.”
COMO FUNCIONA
Os plastimodelistas compram kits em que as peças vêm fixadas em grades para serem cortadas, coladas e montadas com base no manual. A etapa seguinte é a de pintura, com base de fundo, acabamento e envelhecimento. Depois, são colocados adesivos da versão do veículo ou país. São reproduções fiéis da realidade, maquetes em escala, chamadas de réplicas estáticas.
Entre os afixionados pode entrar tudo: aviação, automóveis, caminhões, embarcações, submarinos, helicópteros, Fórmula 1, num leque muito grande, que tende ao infinito. O julgamento segue as regras da IPMS - International Plastic Modelers' Society.
CONSTRUÍDO DO ZERO
Reginaldo Martinez é funcionário público municipal lotado na Saec, operador de equipamentos hidráulicos, e mergulhou no plastimodelismo a partir de 1999, quando passou a montar e disputar campeonatos. Seu primeiro contato com o hobby, entretanto, foi em 1976, com a compra do primeiro kit de aviões militares na Livraria Santa Rita.
“Naquela época, a gente montava sem acabamento, pois não tinha ou era muito caro. Tirava da caixa, montava e colocava na prateleira, não tinha eventos. Isso começou a aparecer pra gente na década de 90. Comecei a gostar e me dedicar à produção dos modelos”, relata.
Fã de cenários e personagens militares, ele participa das competições nas categorias de dioramas, que é guerra, e ficção. Só que não compra kits prontos: Martinez disputa a modalidade scratch building, em que o modelo é construído em escala a partir do zero.
“Crio os modelos com base em fotos, dados e plantas obtidas na internet com montagem manual a partir do zero. Também faço figuras militares, tanques, cenas de guerras, as chamadas vinhetas, que são cenas com menos figuras, veículos e prédios”, detalha, explicando que, nessa categoria, diferente das demais, não há nada industrializado.
Desde 1999 montando modelos, ele acumula mais de 400 medalhas, 40 troféus, um vice mundial em Campinas e dois sul-americanos pela Revista Asas. “Trabalhar o modelo em escala é gratificante. São réplicas fiéis ao objeto real. A gente faz com documentação, com pesquisa. Às vezes ficamos mais tempo pesquisando o modelo em si do que na montagem”, enaltece.
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