Nova alta da taxa Selic jogará empresas médias na lona, diz especialista
Douglas Duek, especialista em reestruturação de empresas, salienta pontos críticos e indica medidas que podem amortecer a crise financeira
Foto: ARQUIVO PESSOAL - Douglas Duek diz que empresas não conseguirão repassar seus custos e que juros vão consumir margem
Por Da Reportagem Local | 21 de junho, 2022
 
 

O país está no topo do pódio dos maiores juros do mundo. Com a nova elevação anunciada na semana passada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a décima primeira este ano, a Selic chega ao patamar de 13,25%. Economistas estimam ainda mais uma alta para os próximos meses.    

Para o CEO da Quist Investimentos e especialista em reestruturação de empresas, Douglas Duek, as empresas médias, que já estão em situação complicada com a Selic em patamares atuais, serão jogadas na lona. “Empresas que historicamente captam dinheiro em média de CDI + 10% ao ano, e já pagaram nominalmente 18 meses atrás cerca de 12% ao ano, como farão agora para pagar 25%-27%-30% ao ano?”, destaca.    

Segundo o especialista, em um cenário de: aumento de preços de insumos, combustível e outros dificilmente as empresas conseguirão repassar seus custos, e ainda os juros irão consumir toda sua margem.     

“É um momento de apertar os cintos. Temos uma grande frenagem da economia nos próximos 12 meses e quem estiver preparado irá atravessar melhor a tempestade. As empresas que já tem um endividamento alto devem buscar soluções como: renegociar seus contratos atuais, buscando melhoria de redução de juros total e melhores prazos; buscar um sócio investidor onde o capital levantado pode amortizar as dívidas da empresa e minimizar os riscos; ou até estudar a recuperação judicial em casos mais graves e com mais credores difíceis para alongar suas dívidas, em um grande pacotão da renegociação”, indica Douglas.   

Ainda segundo ele, a recuperação judicial vem consolidando seu histórico de sucesso como ferramenta de salvar empresas. Nos Estados Unidos, o Chapter 11, ou capítulo 11 da lei de falências - que é a ferramenta paralela a nossa recuperação judicial e mais antiga - já foi amplamente utilizado por grandes empresas como: General Motors, American Airlines, malas Sansonite e muitas outras amplamente conhecidas.   

No Brasil a lei é muito mais nova, de 2005, e a lei anterior que era a lei de concordata, ficou conhecida como lei de quebra e poucas empresas conseguiram se reestruturar dentro da lei que previa pagar todas as dívidas atrasadas em dois anos.   

“Ainda que a RJ tenha a comparação com a antiga lei, já se mostrou muito mais efetiva e com mais sucesso. Só esta semana a empresa Constellation oil Service, Antiga Queiroz Galvão, que utilizou a lei em 2018, anunciou o fim da sua recuperação judicial como o sucesso da reestruturação feita, e esse é mais um nome de peso como outros entre, OAS, Odebrecht, Oi, Samarco e outras que recorreram a lei em um momento de dificuldade para se reestruturar e tiveram com sucesso. Nosso histórico de sucesso vem se formando e a lei cada vez mais se consolida para empresas e produtores rurais que precisam se reestruturar e seguir suas atividades”, finaliza Douglas. 

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Da Reportagem Local
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