Nilton Candido dispara contra governo: ‘vende falsas esperanças’
Candidato a prefeito apresentou propostas e tocou em temas polêmicos, como o loteamento da Associação Bom Pastor
Foto: Reprodução - Nilton Candido defende um professor e um auxiliar para 10 alunos no 1º ano do fundamental
Por Guilherme Gandini | 28 de agosto, 2024

O advogado Nilton Candido (Solidariedade), candidato a prefeito de Catanduva, foi o segundo entrevistado da sabatina realizada pela Vox FM e O Regional. Ao longo de 1 hora, ele disparou contra o governo do prefeito Padre Osvaldo (PL) e a gestão do PT, mirando a deputada estadual Beth Sahão. Também apresentou propostas para as áreas de educação, saúde e esporte, garantindo que à medida que as pessoas souberem da sua candidatura, vão alterar seus votos.

O Regional/Vox FM: Quais os principais problemas que Catanduva tem hoje?

Dr. Nilton Candido: O pior problema que eu enxergo em Catanduva é a administração do prefeito atual. Esse é o pior problema, ou seja, ele não sabe administrar a cidade. Não dá para resumir em três minutos todos os problemas que a cidade tem de saúde, educação, infraestrutura, buraco, obras intermináveis. Ou seja, é inexistente a atual administração sobre todos os aspectos e ele mente. Infelizmente, eu sou obrigado a falar isso, [ele diz] que não fez porque pegou dívidas. Isso é uma alegação de todos os prefeitos. Se amanhã eu entrar e falar isso, você pode falar ‘você está mentindo’, porque todos os prefeitos alegam isso. Todos os governadores alegam que pegou a herança maldita e agora, no final do governo, vem aqui na eleição vender sonhos para a população. A segunda colocação minha é não permitir que o PT entre na prefeitura, ele fez o pior governo da história de Catanduva, o pior em todos os sentidos, cujos reflexos vêm até os dias de hoje. A minha colocação para os senhores ouvintes é que não devem acreditar em reeleição porque se não fez em quatro anos, usa o mesmo argumento do PT e agora o padre vem vender falsas esperanças e sonhos.

O Regional/Vox FM: Quais as prioridades que o senhor teria num eventual mandato?

A prioridade é a educação. E a minha proposta é que, contra a vontade do PT, vou estabelecer o ensino dos Dez Mandamentos na educação. As crianças têm que aprender a amar a Deus. As crianças têm que aprender o conceito de amar ao próximo. Dentro desse conceito fraternidade, solidariedade, amizade, companheirismo, tudo aquilo e 10 alunos por sala de aula no 1º ano do ensino fundamental. O que significa isso? Na medida em que você faz o combate à ignorância e explica os Dez Mandamentos para a criança, porque a criança tem que aprender cedo as coisas, você estabelece novas regras. Ou seja, a diminuição do uso de droga passa por um combate à ignorância com dez alunos e o apoio no 1º ano do fundamental, a diminuição da violência contra as mulheres que é um absurdo passa por esse combate à ignorância, por esses Dez Mandamentos que revolucionam a cabeça da criança e ela não vai ser violenta. E essa minha proposta é revolucionária. Além do que, enquanto o padre gastou e não consegue concluir a reforma de uma piscina – ele gastou R$ 1,1 milhão nessa piscina e não conseguiu concluir a reforma da piscina. Com esse dinheiro dá para comprar 15 piscinas instaladas de 6x12m na periferia e nas escolas, esporte é saúde, cada R$ 1 investido no esporte você economiza R$ 3 na saúde. Então, aí a prioridade vai ser saúde no convênio com os hospitais públicos para diminuir essa fila horrorosa de exames. Passaram quatro anos e nada foi feito pela saúde.

O Regional/Vox FM: Em 2022, o sr. foi candidato a deputado federal e teve 1.755 votos. O senhor acha que essa votação o credencia a disputar a eleição agora para concorrer de fato?

O que credencia a minha candidatura é minha história de vida. Eu tenho uma história de vida que, com todo respeito aos adversários, que nenhum deles tem a história de trabalho voluntário e de defesa da cidade. Ao longo da minha vida, eu revolucionei o Clube de Tênis por duas vezes que eu passei lá e, da última vez, acabei com a reeleição. Isso que motivou o clube estar onde está, um dos melhores clubes do BrasilEu fui presidente da OAB e instalei a Casa do Advogado para o advogado ser melhor atendido, com auditório, gabinete dentário e para a população ter um lugar melhor para ser atendido, dar assistência judiciária. Ou seja, eu só não fiz coisas para os advogados e fiz a maior quantidade de curso da história da OAB, como também fiz algo para a população. Eu fui presidente do Alerta Catanduva contra a instalação do presídio na nossa cidade. Foi uma campanha vitoriosa. Fui presidente do IDVC, o Instituto do Deficiente Visual, e em determinado momento eu e minha diretoria estabelecemos um comodato gratuito para manutenção do [Programa] Cidadão do Futuro – que ocupa uma área do IDVC – e está lá até hoje, ou seja, fruto que a gente plantou há 15 anos atrás. Além do que, quando o Vinholi aumentou o [a taxa de] esgoto em 25% e equiparou com a água, que já era uma preparação daquele decreto de privatização da Sabesp, eu estava lá no movimento Gota d'Água para defender porque sim, senhor cidadão, todos os lugares do mundo que privatizou a água, a qualidade da água caiu e o preço explodiu. E o Vinholi hoje tá com o Padre Osvaldo. Um dos piores governos que teve em Catanduva. O pior foi o do PT. Mas o Vinholi também fez uma política de terra arrasada. O que me credencia é a minha história: eu sou cristão, sou empresário raiz, sou casado com a mesma mulher há 39 anos e tenho três filhos maravilhosos que Deus me deu, todos graduados. Eu também vivo da advocacia, da minha profissão, não vivo de ser deputada, não vivo de ser e trabalhar na empresa do papai, não vivo de ser herdeiro. Eu tenho 66 anos e sou o único com absoluta certeza que trabalha desde os 15 anos de idade.

O Regional/Vox FM: O período eleitoral começou há mais de 10 adias e sua campanha se mostra bastante tímida. É possível vencer as eleições assim?

Não tenho a menor dúvida, porque na realidade eu tenho um trabalho em redes sociais que ninguém tem. Nenhum deles tem 9.500 seguidores nas redes sociais, no Facebook. Nenhum deles tem 3.200 contatos de amigos no telefone. Nenhum deles atingiu as marcas no Instagram que eu atingi, 50.000 pessoas no Facebook, no Tik Tok 100.000 pessoas. Ou seja, a partir do momento que as pessoas, e vai ser logo, descobrirem que eu sou candidato, eles vão votar. É uma questão de dias. A partir do momento que começar o debate, que perceber que a reeleição é ruim, que o governo, que as propostas são vazias e ilusórias, eles vão começar a mudar. “Eu vou dar ônibus gratuito.” Não deu quatro anos, vai dar agora. Ele não conseguiu construir uma UPA, não fez uma obra do alicerce ao acabamento de R$ 2 milhões em quatro anos de governo, nenhuma obra. Então, como é que vai ser? Eu pergunto que obra foi feita para você que mora nos bairros periféricos da cidade? O que o padre beneficiou você que mora nos bairros? Que serviço de qualidade ele deu para você? Aliás, vamos ser sinceros, ninguém nunca fez nada por trabalhador humilde da periferia. Ninguém nunca teve um olhar de amor, um olhar cristão para essas pessoas.

O Regional/Vox FM: Como vereador, quais projetos de relevância o senhor apresentou e algum deles, que o sr. não conseguiu colocar em prática na época, vai concretizar agora?

Eu fiz um projeto de lei que foi vetado pelo prefeito que as pessoas tinham a faculdade de enterrar seus animais nos túmulos de sua propriedade, o túmulo de cemitério, porque naquela ocasião os cachorros eram jogados nos rios e na periferia. Então, por uma questão de saúde pública, eu fiz esse projeto. Foi vetado há 20 anos. Eu fiz o primeiro requerimento que eu trouxe de Araraquara, onde eu trabalhava para castração de animais de rua, há 20 anos atrás, fiz o requerimento, fiz o discurso e não foi feito. Nós fizemos um projeto de recolher óleo de cozinha, fiz um projeto que era obrigado o município a colocar no site Transparência quando ele arrecada e conta qual é o superávit ou débito mensal. Na Lei de Diretrizes e Bases eu estabeleci concurso de diretor da educação, foi feito concurso de diretor. Eu fiz a Lei da Ficha Limpa no âmbito do município, que não podia ocupar cargos de confiança quem tinha sido condenado em segunda instância, a atual Câmara destruiu a Lei da Ficha Limpa. Hoje vale tudo, entra quem quiser. Fiz os primeiros requerimentos contra fogos de artifício e a comercialização deles e a Câmara vetou. Agora tem a lei, mas eu fui o pioneiro. O plantio de árvores em loteamento, a obrigatoriedade a cada dez metros de plantar uma árvore. A cidade não tem árvores, ela não é arborizada e o cara faz o loteamento, não planta nenhuma e aí depois o município tem que plantar, ou seja, já tinha que ter lá. Eu votei a favor da diminuição do orçamento da Câmara em Lei Orgânica e sou o advogado que mais fez ação popular contra o prefeito, fiz contra o Vinholi e contra o Carlos Eduardo. Quanto ao aumento dos vereadores, que a ação está correndo, eu fui subscritor.

O Regional/Vox FM: O sr. colocará um professor e um auxiliar para cada 10 alunos no 1º ano do ensino fundamental. É uma vontade ou existem cálculos que mostram que isso é viável? Qual seria o impacto nas contas na educação?

O impacto financeiro é suficiente e sobra, só ser racional. Alguém precisa apresentar algo revolucionário para a educação, do jeito que está não pode ficar. Se alguém contrapor e falar para mim olha, esse teu projeto é um equívoco. E eu estou dando esse que é muito melhor. Vou mudar e pegar o outro. É a beleza de ser um eterno aprendiz. Eu tenho humildade para reconhecer a qualidade das pessoas, mas enquanto ninguém apresentar nada e a educação está no chão, eu estou apresentando essa alternativa. Não dá para pôr em todas as séries financeiramente, você vê como é que eu sou honesto. Se você for colocar em todas as séries, você não consegue. Seria o ideal. Mas assim, com dez, você vai entrosar. Psicologicamente a criança vai se sentir acolhida, ela vai ter uma atenção especial.

O Regional/Vox FM: O sr. indica a criação de um novo conjunto de casas populares. Já tem algo concreto em relação a isso?

O padre não soluciona essa questão do loteamento. Ele tem que ter clareza de dizer para as pessoas o seguinte. Essa decisão, que foi publicada pelo jornal dia 26 de julho, em que o Tribunal de Justiça, mais uma vez disse que o loteamento é irregular, é ilícito, ele tem que ter a coragem de entender que os associados da associação são consumidores. Aí precisa interpretação, são consumidores. E se eles são consumidores, o padre não pode investir nesse loteamento. Então ele precisa dizer para essas pessoas: ‘nós perdemos’. Eles são proprietários de lote. Vocês perderam mais uma vez no Tribunal de Justiça e vocês estão enquadrados como consumidor e ele tem que fazer uma licitação para ver quem é que realmente precisava desse lote. Lá tem gente que tem casa, tem gente que tem condições. Então ele não fez isso, ele fez tudo do jeito do vai quem quer, ou seja, já foi lá atrás o estelionato eleitoral que todo mundo fala. Agora ele precisa contar a verdade e a única solução plausível que existe. Eu vou falar isso sem medo de perder voto. Mas eu tenho que ser sincero com a população. É a prefeitura desapropriar aquela área e pagar as pessoas que deram o dinheiro e dentro desse projeto você ou fazer casas populares, colocar o Estado para fazer casa popular e aí vai depender das regras de sorteio, ou parte dele fazer uma licitação para essas pessoas e explicar exatamente como que é como se fosse um loteamento normal. Essa é a solução para aquele problema. Não vou enganar ninguém. Eu não posso começar a minha vida pública dentro da prefeitura enganando as pessoas. Se os outros enganam, vivem de enganar, vivem de vender sonhos ilusórios é problema deles. Loteamento irregular dá cadeia, deixo bem claro: isso dá cadeia.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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