Neurologista explica a doença que afetou Ozzy Osbourne
Foto: Reprodução/ND - Ozzy só descobriu a condição neurodegenerativa após sofrer complicações
Fábio de Nazaré diz que diagnóstico do Parkinson é essencialmente clínico, baseado nos sintomas e histórico do paciente
Por Da Reportagem Local | 24 de julho, 2025

O lendário cantor Ozzy Osbourne, que morreu na terça-feira, 22, aos 76 anos, foi diagnosticado com Parkinson em 2020. O líder da banda Black Sabbath, no entanto, apenas descobriu a condição neurodegenerativa progressiva após sofrer complicações por uma queda, em sua casa, um ano antes.

Assim como o “Príncipe das Trevas”, cerca de 8,5 milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas pelo Parkinson, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). A expectativa é que mais de 25 milhões de casos sejam confirmados até 2050, segundo estudo publicado pela revista The BMJ. Somente no Brasil, a doença afeta mais de 200 mil pessoas.

De acordo com o neurologista Fábio de Nazaré, professor da Famerp, o diagnóstico da doença é essencialmente clínico, baseado nos sintomas e histórico do paciente. Porém, exames como a ressonância e a tomografia são utilizados para descartar outras doenças.

“À medida que envelhecemos, os mecanismos de proteção dos neurônios deixam de funcionar adequadamente, tornando as células mais vulneráveis”, afirma o professor, que também é coordenador do Ambulatório de Transtornos do Movimento da Famerp/Funfarme.

Além do envelhecimento, também são fatores de risco a exposição a agrotóxicos e metais pesados. Em relação ao tratamento, Dr. Fábio explica ser sintomático, com medicamentos que aliviam tremores, rigidez e lentidão dos movimentos, mas que não possuem o potencial de interromper a progressão da doença. “Há, no entanto, medidas que ajudam a retardar a evolução: boa alimentação, sono adequado, atividade física, lazer e evitar álcool e cigarro”, diz.

Para pacientes que não respondem mais ao tratamento medicamentoso, a cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) pode ser uma alternativa decisiva. A técnica, que insere eletrodos em áreas específicas do cérebro ligados a um gerador implantado no tórax – como um “marcapasso cerebral” – pode reduzir em até 50% o uso de medicamentos e melhorar significativamente a qualidade de vida.

“Mas nem todos os pacientes são candidatos. Eles passam por triagem rigorosa no ambulatório, onde avaliamos histórico, resposta ao medicamento, exames de imagem e testes neuropsicológicos”, explica.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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