Mulheres ganham espaço na área de produção científica de São Paulo
Universidades e institutos de pesquisa do Estado avançam no crescimento da participação feminina em setores de ciência e tecnologia
Foto: Divulgação/Ipea - Universidades estaduais paulistas têm mulheres no desenvolvimento de estudos
Por Da Reportagem Local | 11 de fevereiro, 2023

O Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 11 de fevereiro, foi instituído em 2015 pela Assembleia das Nações Unidas com o objetivo de valorizar e reforçar a importância da participação feminina nas áreas da ciência e tecnologia.

Segundo relatório elaborado pelo British Council, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), as mulheres representam 46% do total de pesquisadores nos países da América Latina e do Caribe. Com isso, a região conquistou, na última década, a paridade de gênero na ciência. No entanto, o estudo aponta que, apesar do crescimento, a participação feminina em posições de liderança nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (Stem) ainda é baixa quando comparada à dos homens.

Dentro desse ecossistema de produção científica, universidades estaduais paulistas contam com mulheres no desenvolvimento de estudos e pesquisas e em cargos de liderança, como as vice-reitoras Maria Arminda do Nascimento Arruda, da USP, Luiza Moretti, da Unicamp, e Maysa Furlan, da Unesp, além de Liedi Bernucci, presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Professora titular de Ciências Químicas da Unesp, a paraibana Vanderlan Bolzani conta que é uma tendência positiva o crescimento de mulheres na ciência, mas ainda há muito espaço para crescimento. “Eu sou do tempo em que os livros não contavam com personagens femininas líderes. As mudanças culturais são lentas; não se mudam costumes e preconceitos de um dia para outro. Vejo como única forma de mudanças o estabelecimento de políticas de Estado voltadas para a questão de gênero como forma de homens e mulheres, juntos, construírem um mundo mais justo e feliz para as próximas gerações”

Para ela, os dados estatísticos mundiais e nacionais mostram que os números de jovens mestrandas, doutorandas, pós-doutorandas e profissionais no início das carreiras são muito equilibrados, mostrando avanços substanciais na questão de gênero na ciência mundial. “No Brasil, cerca de 54% dos estudantes de doutorado são mulheres, o que significa um aumento de 10% nos últimos 15 anos. É algo bastante significativo, que mostra novos tempos e trajetórias.” acrescenta Bolzani.

Para a pesquisadora de pós-doutorado Marilia Valli, do Instituto de Física da USP de São Carlos, a representatividade feminina na ciência é uma forma de construir novas visões.

“Chegar a ser pesquisadora ou fazer parte de uma academia de ciências não é apenas prestígio e reconhecimento. São pessoas que representam a ciência no país, são as referências para os mais jovens, as que dão diretrizes e as que mais influenciam a criação de projetos e políticas na ciência. Aumentar a participação das mulheres nesses ambientes de liderança na carreira é aumentar a representatividade, atrair mais jovens para que atinjam esses níveis no futuro e proporcionar maiores discussões para que tenham ações de inclusão feminina. É essencial”, avalia.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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