Mulheres ainda sofrem com desigualdade no mercado de trabalho
Bancária Lara Perles Spina faz relato de quando foi demitida meses após a licença maternidade; líder sindical afirma que mulheres devem estar lado a lado com os homens
Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil - Pesquisa aponta que 72% das mulheres já sofreram algum tipo de assédio no trabalho
Por Da Reportagem Local | 10 de maio, 2023

No mês em que se comemora o Dia do Trabalho ou do Trabalhador, a desigualdade entre homens mulheres no mercado de trabalho segue em discussão, ainda com mais evidência.

Um ditado popular diz que lugar de mulher é onde ela quiser. Mas na prática o cenário é bem diferente. Segundo o relatório Women in the Workplace, quanto mais alto for o cargo, menor a presença feminina. Além disso, o assédio no ambiente de trabalho é um dos principais desrespeitos cometidos contra mulheres. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial aponta que 72% das mulheres já sofreram algum tipo de assédio no trabalho.

E como maio é o mês das mães, outra problemática ganha destaque. Muitas mulheres confidenciam que foram dispensadas de suas funções ao retornarem da licença maternidade. É o caso da bancária Lara Perles Spina, que após seis meses de licença maternidade foi dispensada quando encerrado o seu período de estabilidade.

“Eu tinha muita confiança de que eu manteria o meu emprego quando eu retornasse da licença maternidade. Muita gente falava contrário. Meus próprios pais falavam isso para mim. Eu falava ‘não, imagina, na empresa que eu estou não têm esse tipo de política’. Então eu tinha tranquilidade com relação a isso. Eu organizei toda a minha agenda junto com agenda dele [do filho], fui atrás da escola, para que o bebê ficasse o mais tranquilo e confortável possível durante o período da minha ausência e que eu também ficasse tranquila e segura com relação a ao bem estar dele. Quando o meu filho fez um ano, no dia do aniversário do meu filho, eu fui desligada da empresa. Foi um baque e toda aquela estrutura que eu montei para o meu filho, de escola, de alimentação, agenda médica, tudo foi impactado também”, relata.

A profissional de Recursos Humanos, Natielle Freitas, confidencia que mais que esse problema da desigualdade há uma fase de dificuldades nas contratações profissionais.

“Nós estamos numa fase de muita dificuldade nas contratações e interesse dos candidatos em avaliações internas e externas, recrutamento internos e externos. Às vezes nós temos algumas vagas superiores e queremos fazer uma melhoria interna, fazer um remanejamento de algum colaborador e este colaborador não está tendo mais interesse”, diz.

Pensando em como mudar essa realidade, o presidente da União Sindical de Catanduva, Marcelo Araújo, afirma que criar cotas não é a solução, mas sim a igualdade, visto que elas desempenham um importante papel para a sociedade como um todo.

“Eu entendo que as mulheres têm os mesmos espaços dos homens, que o lugar de mulher é em qualquer lugar. Não precisamos de cota para a mulher. A mulher não pode ser diminuída por ninguém. Ela tem que estar lado a lado com o homem, nem na frente nem atrás, mas no lado dele”, aponta.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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