Moradores de Itajobi denunciam construtora por possível estelionato
Loteamento deveria ter sido entregue em 180 dias, mas prazo já esgotou; construtora diz que aumento dos materiais prejudicou andamento
Fotos: ARQUIVO PESSOAL - Imóveis do Residencial Farina continuem em estágios de construção variados em Itajobi
Por Guilherme Gandini | 15 de maio, 2022
 

A aquisição de imóveis em um novo loteamento residencial de Itajobi acabou se transformando em um grande pesadelo. Um grupo de 11 moradores registrou boletim de ocorrência, na semana passada, denunciando possível crime de estelionato contra a empresa Cidade Norte Empreendimentos Rio Preto Ltda.-ME, de São José do Rio Preto.   

De acordo com o relato, eles emitiram folhas de cheque para o financiamento junto à Caixa Econômica Federal; em parte deles, a cobrança foi efetuada, mas os demais continuam em poder da construtora, que tinha prazo de 180 dias para entrega dos imóveis.  

O prazo para conclusão do Residencial Farina, conforme os denunciantes, já esgotou, mas os imóveis continuem em estágios de construção variados. Eles afirmam também que a planta das casas, exibida no momento da aquisição, até hoje não foi entregue para cada interessado. 

Todas as tratativas foram feitas com uma empresa local, em Itajobi, parceira da Cidade Norte. “Quando do contrato, a empresa Cidade Norte solicitou o adiantamento de valores diversos, para tramitação de documentação”, indicam os moradores no registro policial.  

Em contato com a reportagem, um dos compradores afirmou que a construtora teria utilizado o dinheiro conseguido junto à Caixa para dar andamento em todas as casas, ou seja, usando dinheiro de uma para construir a outra, ampliando o conflito financeiro. Outro morador disse que teria recebido a orientação de funcionários da Caixa para sustar os cheques.  

“Eles chamaram o pessoal e pediram mais tempo. A única explicação que deram é que está complicado pelo valor do material”, informou outro envolvido, citando reunião realizada pelo loteador no final de abril. As obras no residencial estão paralisadas desde dezembro de 2021.  

OUTRO LADO  

O Regional conversou com o proprietário da empresa Cidade Norte, João Roberto Aparecido da Silva, no final de abril, quando as primeiras reclamações chegaram à redação do jornal. Ele reforçou que os valores dos imóveis foram negociados em outubro de 2020, mas os contratos assinados só em abril de 2021, enfrentando posterior aumento dos materiais de construção.   

Segundo ele, a proposta feita aos moradores foi não cobrar a diferença, mas estender o prazo de entrega das 25 casas. “Como sabemos que as pessoas não têm condição de pagar a diferença, estamos estendendo o prazo em todos os lugares e está dando certo. Lá vai dar certo também”, garantiu o empresário, que mantém obras em Penápolis, Fernandópolis e Uchôa. 

 

 

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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