A Associação Monserrat, de Catanduva, criou o programa Laços de Vida, iniciativa que transforma dor em recomeço. Em parceria com as Comarcas de Catanduva, Tabapuã, Santa Adélia e Mirassol, o programa acolhe mulheres e crianças vítimas de abuso sexual e violência doméstica, por meio de um modelo próprio de acolhimento e intervenção psicossocial.

Além disso, atua também com os autores de violência, promovendo reflexão, responsabilização e mudança através de atendimentos e da parceria com o Grupo Man (Masculinidades Ampliando a Natureza). Atualmente, pelo menos 15 municípios são alcançados por essa rede, que acredita que cada história pode ser reconstruída quando há acolhimento, respeito e oportunidade.

De acordo com a psicóloga e gestora da entidade, Natália Carnelossi, o novo passo dado pela Monserrat transforma o que era um projeto em um programa que poderá ser replicado, mantendo-se o modelo de trabalho. “A gente tem um programa escrito, a metodologia, o objetivo. A ideia é que a gente batalhe para que esse programa sirva o Estado”, projeta.

Por enquanto, a abordagem é regional, alcançando quatro comarcas que poderão utilizar o programa Laços de Vida em novas unidades de atendimento. “Se eu monto um centro da mulher, por exemplo, o programa Laços de Vida vai fazer parte. Os atendimentos vão fazer parte desse programa. Antes ele não era instituído. Agora ele já é vivo e a gente está bem feliz.”

COMO FUNCIONA

O atendimento do Laços de Vida é itinerante. A equipe técnica da Monserrat vai até o local e, em contrapartida, o município disponibiliza uma sala de atendimento. Os custos são bancados pelo Fundo Pecuniário gerido pelo Poder Judiciário, ou seja, a prefeitura não tem despesas.

“Em Catanduva nós temos um espaço próprio que atende a demanda espontânea, de quem chega até nós, mas nos municípios das comarcas é um atendimento itinerante, com a equipe indo a cada localidade”, expõe a gestora do programa, que tem apoio do Ministério Público.

MONSERRAT

Fundada em 2013, a Associação Monserrat oferece acolhimento a meninas, mulheres e idosas, buscando garantir direitos, conscientização, tratamento, qualidade de vida e autonomia, além de fortalecer a rede de enfrentamento ao abuso sexual e à violência contra as mulheres.

Os atendimentos psicológicos e psicossociais são desenvolvidos de forma individual e em grupo, visando ao fortalecimento de vínculos. Também há abordagens com as famílias, grupos orientativos e reflexivos, além das parcerias com o programa Flor de Lis e com o Grupo Man.